terça-feira, abril 28, 2020

Experiência de Prática Meditativa e “Alteração do Estado de Consciência”


Domingo passado (26/04/2020) terminei uma pequena “jornada” de prática de meditação. Completei uma série de trinta e dois dias, praticando ao menos meia hora por dia, todos esses dias (seguidos), de uma prática chamada de “zazen”, de acordo com Nicholas Graham, e suas instruções – pratiquei de modo adaptado – mas seguindo sua proposta de fazer mais ou menos durante um mês, caso não sinta o efeito/resultado, em uma semana – que seria a de “diminuição da velocidade dos pensamentos”.


Digo que em uma semana ou, talvez, menos, senti certa “alteração do estado de consciência” mas ela só ficou escancarada e evidente do dia 18/04/2020 - sábado- em diante – quando entrei durante esse exercício em um estado significativamente “diferente”. Esse “estado” permaneceu mais ou menos constante, e mais ou menos intenso, nas sessões seguintes – mas quase imperceptíveis nos momentos entre as essas sessões.


Aqui descrevo as instruções de Nicholas Graham, adaptadas, que em outra palavras, quero dizer, como fiz:


Coloquei uma folha branca de papel A4, na vertical, em frente de uma das portas de meu armário, no quarto pessoal, pregada na parte superior por “fita adesiva” - útil pois “diminui as distrações”.


No primeiro e/ou segundo dia, aprendi a distância “adequada” que ficaria nesse exercitar, da porta do armário – distância que “variou um pouco” durante a extensão, da temporada, em que pratiquei. Nos primeiros dias, ao menos em alguns deles, tive sonolência “pesada”, se só contei esses trinta e dois dias, após não ter sono ou sono “leve”.


Exercitei sentando em uma cadeira com encosto – utilizando-o como apoio para as costas-, com os pés sobre um banco de madeira, para que eu pudesse estar firme com os pés lá no chão (indiretamente) - o banco fica entre o meu pé e o chão e tem a função de não deixar os pés no ar ou mal sentado, na cadeira, e com os pés no chão.


Assim, minhas coxas ficam paralelas ao chão, os joelhos com uma dobra de 90o. graus, e os pés também paralelos. Coloquei as mãos apoiadas sobre os joelhos.


Ao sentar, me acomodava na cadeira e mexia os pés – para tirar a tensão deles - e balançava de frente para trás, e de um lado para o outro. Após isso ajustava o pescoço e a cabeça, de modo que olhos, horizontalmente, “caíssem” (ficassem), mais ou menos no centro da folha de papel.


Buscava manter o olhar que não era fixo e sim relaxado, mais ou menos no centro do papel. Muitas vezes, espontaneamnte me percebia, durante o exercíco, em volto em pensamentos, e logo, ao perceber isso, voltava o olhar e a atenção para o centro da A4 e deixava os pensamos passeram “naturalmente”, “agitarem” “naturalmente” - se essa agitação ocorresse – sem força a agitação e sem forçar eles acalmarem.


Com o tempo – após muitas sessões dessa prática - os pensamentos começavam durante o exercício, a “aparecer com menos intensidade” - e como mais muitas sessões -, às vezes, pareciam quase desaparecer e, mais raramente, talvez, desapareciam por alguns décimos de segundo, ou, alguns poucos, segundos.


Dentro de algumas sessões dessa prática, às vezes, buscava tentar contar quanto tempo (aproximado) do exercício, já deveria ter passado. No geral, começava com fases de prática – iniciei; iniciei mesmo; já passou mais ou menos um minuto; e contava mais ou menos um, dois e três minutos de prática; agora comecei a prática mesmo; alguns minutos mais; estou no meio da prática e “agora, só descer”; passei do meio – ás vezes pulava uma ou algumas dessas “marcas” ou acrescentava algumas – como, por exemplo, a quase no fim.


Vejo que essa maneira de “contar” o tempo, vem de uma ansiedade de terminar logo a prática, mas que com o “resultado” ou “estado alterado”, sem perceber, já tinha passado mais tempo do que imaginava. E além disso, colocava o “relógio de pulso” para despertar, e era em termos práticos – a não ser como forma de lidar com a ansia -, desnecessária a “contagem”.


Acho que acima, passei uma ideia básica, com alguns detalhes, de como pratiquei e como foi praticar essa meditação zen-budista, instruído por Nicholas Graham – no seu livro “The Four Powers: Magical Practice for Beginners of All Ages”.


Referência


GRAHAM, Nicholas. The Four Powers: Magical Practice for Beginners of All Ages. Stafford: Immanion Press, 2009.


Update (27/08/2020)


Experiência de Prática Meditativa e “Alteração do Estado de Consciência” – Continuação:


https://aliceunbound.blogspot.com/2020/05/experiencia-de-pratica-meditativa-e.html


Experiência de Prática Meditativa e “Alteração do Estado de Consciência” - Continuação da Continuação:

https://aliceunbound.blogspot.com/2020/08/experiencia-de-pratica-meditativa-e.html

Podcasts Ouvidos – Podcasts em Português (Versão 1)


Abaixo listo os "podcasts" que ouvi, com o respectivos endereços, para quem quiser ouvir (aos poucos vou acrescentando os novos "podcasts", nas versões posteriores dessa postagem):


Chaoscast


- Espisódio 1 - Magia:


http://chaoscast.blogspot.com.br/2009/10/episodio-01-magia.html


- Episódio 2 - Wicca:


http://chaoscast.blogspot.com.br/2009/10/episodio-2-wicca.html


Conversa entre Adeptus


- Episódio 1 - Guardiões do Astral e Magos de Facebook:


http://www.deldebbio.com.br/2012/08/24/conversa-entre-adeptus-guardioes-do-astral-magos-de-orkutfacebook/


- Episódio 2 - Introdução à Meditação:


http://www.deldebbio.com.br/2012/08/30/conversa-entre-adeptus-02-introducao-a-meditacao/


- Episódio 3 - Mediunidade:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-03-mediunidade/


- Episódio 4 - Da Magia e Mediunidade à Goétia e o Amor:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-04-da-magia-e-mediunidade-a-goetia-e-o-amor/


- Episódio 7 - Kabbalah Hermética:


http://www.deldebbio.com.br/2012/10/11/conversa-entre-adeptus-07-kabbalah-hermetica/


- Episódio 23 - Chakras - Parte I:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-23-chakras-parte-1/


- Episódio 23 - Chakras - Parte II:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-23-chakras-parte-2


- Episódio 24 - Práticas Terapêuticas de Autocura:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-24-praticas-terapeuticas-de-autocura/


- Episódio 25 - Entrevista com Marcelo Del Debbio - Parte I:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-25-entrevista-com-marcelo-del-debbio-parte-1/


- Episódio 25 - Entrevista com Marcelo Del Debbio - Parte II:

http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-25-entrevista-com-marcelo-del-debbio-parte-2/


- Episódio 26 - Vertentes de Umbanda - Parte I:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-26-vertentes-de-umbanda/


- Episódio 27 - Conversa entre Adeptus: [Hangout] 02 Magos de Internet vs Magos da Prática:


http://www.youtube.com/watch?v=u9YWRKCijZI&feature=c4-overview&list=UUWUprOE-qT2UA8F7Xl64p9g


- Espisódio 28 - O Louco, O Mago E A Jornada do Tarot:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-28-hkt-o-louco-o-mago-e-a-jornada-do-tarot/


- Episódio 29 -  Crowley e Thelema:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-29-crowley-e-thelema/


- Episódio 31 - O Que é Felicidade?:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-31-o-que-e-felicidade/


- Episódio 33 - Vampiro, Da Ficção À Realidade:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-33-vampiro-da-ficcao-a-realidade/


- Episódio 35 - Do mito à espiritualidade dos Cavaleiros de Zodíaco:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-35-do-mito-a-espiritualidade-dos-cavaleiros-do-zodiaco/


- Episódio 36 - Conhecendo O Gnosticismo:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-36-conhecendo-o-gnosticismo/


- Episódio 37 - Ayurveda, A Medicina Tradicional Indiana:


http://conversaentreadeptus.com/site/episodio-37-ayurveda-a-medicina-tradicional-indiana/


Demasiado Humano – Psicoterapias e Desenvolvimento Pessoal


- DH 005: Pranshu – Marco Marczak, Terapeuta Corporal e Acupunturista – Parte 1:


http://www.demasiadohumano.com.br/pranshu/


- DH 006 (Reprise): Pranshu – Marco Marczak, Terapeuta Corporal e Acupunturista – Parte 2:


http://www.demasiadohumano.com.br/dh-006-reprise-pranshu-marco-marczak-terapeuta-corporal-e-acupunturista-parte-2/


- DH 029 (Reprise): Tiago Tatton – Psicólogo clínico com enfoque em Mindfulness:


http://www.demasiadohumano.com.br/dh-029-reprise-tiago-tatton-psicologo-clinico-com-enfoque-em-mindfulness/


- DH 030: Tiago Tatton – Psicólogo clínico com enfoque em Mindfulness – Parte 2:


http://www.demasiadohumano.com.br/426/


- DH 086 – Russell Jones – Terapeuta de Experiência Somática:


http://www.demasiadohumano.com.br/dh-086-russell-jones-terapeuta-de-experiencia-somatica/


- DH 097: Escuta Empática (ou Compasssiva):


http://www.demasiadohumano.com.br/dh-097-escuta-empatica-ou-compassiva/


Dragão Brasil


- DB – # 129


- DB – # 131


Podcast Dragão Brasil


- 009 – Literatura de RPG:


https://jamboeditora.com.br/wp-content/uploads/2018/10/podcast-db-009.mp3


Projeto Mayhem


- Projeto Mayhem – 04 – Artes Marciais e Hermetismo:


https://projetomayhem.podbean.com/e/projeto-mayhem-04-artes-marciais-e-hermetismo/


- Projeto Mayhem – 08 – Exercícios Fundamentais:


https://projetomayhem.podbean.com/e/projeto-mayhem-08-exercicios-fundamentais/


- Projeto Mayhem – 09 – Exercícios Fundamentais – parte 2:


https://projetomayhem.podbean.com/e/projeto-mayhem-09-exercicios-fundamentais-parte-2/


- Projeto Mayhem – 12 – Bibliografia de Hermetismo I


https://projetomayhem.podbean.com/e/projeto-mayhem-12-bibliografia-de-hermetismo-i/


- Projeto Mayhem – 18 – Meditação:


https://projetomayhem.podbean.com/e/projeto-mayhem-18-meditacao/


Vortex Chaos Cast

- Cortex ChaosCast


- Ep 0 – A Ascensão de Prometeu:


http://vortexcaoscast.com.br/2019/02/15/cortex-caoscast-0-a-ascensao-de-prometeus/


- Ep 1 – O Livro dos Resultados:


http://vortexcaoscast.com.br/2019/04/03/cortex-caoscast-1-o-livro-dos-resultados/

segunda-feira, abril 27, 2020

A Raiva – Uma Revisão Bibliográfica - Parte 3: na Psicossíntese – Parte A


Se você não leu as Partes anteriores, pode ler adiante e de forma independente da Primeira Parte e Segunda Parte


A Psicossíntese e Roberto Assagioli


A Psicossíntese foi criada por Roberto Assagioli (1888-1974), um psiquiatra italiano, que incluiu a Espirtualidade em seu trabalho psicoterapêutico[1], recebendo influência da Psicanálise - criada por Sigmund Freud (1856-1939) - e da Psicologia Analítica – criada por Carl Gustav Jung (1875-1961) – sendo essa última psicologia, chamada popularmente de “psicologia junguiana”.


A Psicossíntese em síntese está como:


um método de desenvolvimento psicológico e auto-realização para aqueles que se recusam a permanecer escravos dos seus próprios fantasmas interiores ou das influências externas, que não se deixam submeter passivamente à atuação das pressões psicológicas que se carregam dentro de si, e que estão determindados a se tornarem os mestres de sua própria vida (ASSAGIOLI citado por PARFITT, 1990, p.11).


E este trecho complementa, considerando-a como:


um tipo específico de psicoterapia e, contudo, ainda é mais do que simples psicoterapia. É um conjunto de técnicas e exercícios elaborados que nos auxiliam a deixar o que não desejamos em nossa vida, aproximando-nos do que mais almejamos. Não se baseia unicamente em teorias, mas é um método que integra princípios e técnicas de muitos outros sistemas direcionados ao crescimento pessoal (PARFITT, 1990, p.11).


Livros sobre Psicossíntese e A Raiva


Abordaremos aqui dois livros sobre Psicossíntese, que contempla o tema da “raiva” - “O Que Podemos Vir a Ser”, de Piero Ferrucci, e o “Psicossíntese: Manual de Princípios e Técnicas”, do próprio Roberto Assagioli. Esses dois autores, assim como a parte anterior deste artigo - “Parte 2: no Desvio Espiritual”-, possui uma visão espiritualista.


Esta parte, a “Parte A” funciona como uma “Introdução” à Psicossíntese”, já a “Parte B'”, está estruturada como uma resenha do livro de Piere Ferrucci e a “Parte C”, faz o mesmo, mas com o livro, citado acima, de Roberto Assagioli.


Nisso a “Parte B” tem como fonte o Capítulo “7. TIGRES EM FÚRIA: Os usos e abusos da agressão”, do respectivo livro. A “Parte C”, usa como base parte do “Capítulo IV”, também, do respectivo livro.


Uma Nota sobre Piero Ferrucci


Piero Ferrucci está como psicólogo, psicoterapeuta e filósofo. Estudou com o criador da Psicossíntese e escreveu diversos outros livros: “Graça Inevitável”, “O Que as Crianças nos Ensinam”, “O Poder da Gentileza”, “Beleza e a Alma” e “Sua Vontade Interna” - escritos de modo “solo” - e o “A Criança dos Seus Sonhos” - com Laura Huxley – e editou, com Aldous Huxley: “A Situação Humana” - todos esses títulos de livros foram traduzidos do inglês – pelo autor deste artigo.


Ferrucci foi sobrinho de Laura Huxley e Aldous Huxley. Vive em Florença, na Itália, com sua esposa e dois filhos.


[1] Considerada assim, por essa inclusão, uma abordagem de Psicologia Transpessoal, aquela psicologia que estuda os estados “além do pessoal”, que transcedem o pessoal.

sábado, abril 25, 2020

Livros Relidos – Versão 5


- A Prática de Vida Integral: Um guia do Século XXI para Saúde Física, Equilíbrio Emocional, Clareza Mental e Despertar Espiritual (Ken Wilber, Terry Patten, Adam B. Leonard e Marco Morelli)
- Atenção Plena para Iniciantes: usando a prática de mindfulness para desenvolver o foco no momento presente, acalmar a mente e transformar sua qualidade de vida (Jon Kabat-Zinn)
- Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach)

- Integral Communication (Thesis to Graduate School in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Arts in Mass Communications - Adam B. Leonard)
- Introdução ao Coaching Integral ICI (Paul Anwandter)

- Tornar-se Pessoa (Carl R. Rogers)

quinta-feira, abril 23, 2020

A Raiva – Uma Revisão Bibliográfica - Parte 2: no Desvio Espiritual


Se você não leu a Parte 1, pode ler adiante e de forma independente da Primeira Parte


Sobre o livro


Esta resenha busca discursar focalizadamente sobre a “raiva” no contexto do “Desvio Espiritual”, tendo como base o livro “Desvio Espiritual: Quando a Espiritualidade nos Desconecta do Que Realmente Importa”, de Robert Augustus Masters, PHD - originalmente em inglês, entitulado de: “Spiritual Bypass: When Spirituality Disconnects Us from What Really Matter” - não conheço versão traduzida, para o português, deste livro.


Robert Augustus Master está como um “psicoterapeuta integral”, incluindo no seu trabalho: Corpo, Mente, Espírito e Emoções – além disso fala, segundo a perspectiva, da “Teoria Integral”, de Ken Wilber – sendo que existe uma citação-comentário desse último sobre o primeiro na capa do livro.


Robert Masters define “desvio espiritual” como: “o uso de práticas e crenças espirituais para evitar lidar com nossas sensações/sentimentos de dor, feridas não-resolvidas, e necessidades de desenvolvimento.” (p. 1). A “raiva” pode aparecer como “desvio espiritual” - apesar dessa ideia estar como a principal nesse artigo, abordamos a “raiva”, também sobre outros aspectos, fora do “desvio”, e “não espirituais”.


Fazendo uso Sábio da Raiva”


Abordemos, aqui, desse livro, apenas um Capítulo – o décimo primeiro - “Fazendo uso Sábio da Raiva” (originalmente em inglês: “11. Making Wise use of Anger”).


“Ter 'raiva' está considerado como incorreto” em diversos grupos e “isso está como verdade para a maioria dos ensinamentos Buddhistas” (p. 75). Segundo “isso a raiva não está sendo considerada como algo a mais do que agressão e reatividade hostil (…).” (p. 75).


“Sentimentos reprimidos não vão embora, porque agora somos espirituais. De fato, eles podem ficar piores.” (p. 76). A “raiva” pode nos “possuir” ou podemos “romantiza-la, racionalizando nossas pulsões 'naturais', para expressar nós mesmos, sem inibição em nome de liberta-las e da honestidade.” (p. 76).


“Nesses dois casos a raiva é tratada como um entidade endógena ou massa, uma coisa para ser amordaçada ou solta. O campo Psicoespiritual pode questionar sobre os perigos de solta-la ou guarda-la.” (p. 76).


“Não existe nada inerentemente errado ou ruim com a raiva; isto não é necessariamente um problema – um sinal de negatividade ou escorregão espiritual ou evitação de algo mais 'profundo' – ou um sinal de não importar ou cuidar.”. Podemos tomar duas atitudes em relação à raiva: nos culpar ou nos responsabilizar por ela.


Podemos “Exortar a desinibição para 'entrar dentro da raiva' pode nos levar justamente a uma forçada raiva de performance, que não nos leva a visão (insight) de cura, mas um simplista excesso de confiança (e possivelmente agressivamente-reforçador) processo catártico.” (p. 77).


“Contudo, não é tão fácil cultivar intimidade com a nossa raiva. Vindo a chegar perto de seu calor sem perder o contato com nossa sanidade básica.” (p. 77). Mas, podemos encontrar a “luz” da/na “raiva” e isso depende de como nos relacionamos com ela. Nós podemos tratar a raiva de diversas formas.


A “raiva” “não está como uma única emoção, mas ao invés disso uma família de [variadas] emoções relacionadas (...)” - por exemplo – “duas emoções como inveja e ressentimento, podem parecer muito similares, tendo muitas características fisiológicas em comum, ainda que difiram.” (p. 78). Além disso, está como importante “diferenciarmos sensações que associamos com raiva, da raiva em si.” (p. 79). Mais uma diferença importante, está em diferirmos “que raiva, não está necessariamente como o mesmo de agressão.” (p. 79). “A agressão envolve ataque, enquanto a raiva pode ou não [corresponder à 'agressão].” (p. 79).


Existem quatro “abordagens/aproximações” para “trabalhar com a raiva” (p. 80):


RAIVA-DENTRO: “refere-se a estratégias que favorecem a restrição e redirecionamento de energia característica da raiva crua. (…) esta abordagem advoga a ênfase a importância de não expressar diretamente a raiva.” (p. 81).


RAIVA-FORA: “refere-se a abordagens que enfatizam a importância de expressar diretamente e completamente (fully) as energias e intenções da raiva.”. Advoga “que raiva suprimida não está como saudável. (…) [e] superenfatiza a mera abordagem física a raiva” (p. 81).


RAIVA-MANTIDA-COM-CONSCIÊNCIA PLENA (originalmente: “MINDFUL HELD ANGER”): “refere-se a abordagens em que a raiva está como conscientemente contida ao invés de emocionalmente expressa, e participou meditativamente para uma chave de intenção de não suprimir a raiva e não atua-la. (…) essa abordagem oferece a solução para a dicotomia raiva-dentro/raiva-fora.” (p. 82).


RAIVA-CORAÇÃO: “refere-se as abordagens em que abertamente expressa-se raiva e consciente compaixão (…). Coloca junto as virtudes de raiva-dentro, raiva-fora e raiva-mantida-com-consciência-plena (…).” (p. 82).


A “raiva” está pode estar como “construtiva” ou “destrutiva” e nós temos a escolha se ela estará deste ou daquele modo. “Precisamos (…) deixar de ver isso [“a raiva”] como um problema ou obstáculo espiritual (…).” (p. 83).


Podemos levar compaixão à “raiva” “encontrando [a] (…) com consciência plena (mindfulness) (e genuíno cuidado.” e “precisamos (…) nos aproximar da raiva sem [atitude de] aversão, que significa ficar mais íntimo com qualquer julgamento que tenhamos disso.” - Master acrescenta - “não estar íntimo [com a raiva], está como uma escolha perigosa, nos deixando desligados/apartados do potencial positivo das muitas energias que pode tão facilmente virar agressão, ódio e mesquinharia.” (p. 83).


Temos várias possibilidades de lidar com a “raiva”, entre elas: (1) ter raiva da “raiva”, (2) rejeita-la, (3) nega-la ou (4) nos desconectar dela.


Está como possível treinarmos para “conhecermos mais nossa raiva e quanto mais apto estamos em expressar isso [a “raiva”], estamos mais propícios a habilidosamente lidar com a raiva dos outros.” (p. 85).


E o Capítulo conclui e finaliza (p.87):


Por muito que gostaríamos de pensar de outro modo, a raiva não desaparece quando evoluímos ou despertamos; de fato isso pode vir a estar mais ardente, mas queima mais e mais claramente, limpando o templo do que não pertence a lá e servindo ao bem-estar de todos os envolvidos. Então, não faça como objetivo, a alcançar, o de desviar a raiva a todo custo. Aspire a algo mais vital: uma clara, consciente, completamente viva raiva, raiva que flameja e sangra, raiva coração.

sábado, abril 18, 2020

A Raiva – Uma Revisão Bibliográfica - Parte 1: na Terapia Cognitivo-Comportamental


Introdução


Recentemente me perguntaram algo sobre a “raiva”. Não lembro bem ou claramente qual a pergunta, mas como considero que não soube “responder bem respondido”, completamente ou “com propriedade”, então resolvi (re)fazer uma pesquisa sobre o assunto. “Abri” meus “arquivos” - leia-se livros – que tem trechos sobre esse tema e tomei a decisão de fazer compilação sintética, do encontrado nesses livros.


Fiz a lista de livros em que lembrava de tocar no assunto e tomei releitura – compondo “uma revisão bibliográfica” de pequenas resenhas - e aqui a relato – norteados e orientados pelas perguntas: “o que sei sobre a raiva?” e “o que li sobre o assunto?”.


A Raiva na Terapia Cognitivo-Comportamental


Hoje em dia, uma das abordagens mais se faladas de psicoterapia está a Terapia Cognitivo-Comportamental, e devido a seu destaque no cenário atual – neste “tempo e espaço” inicio a como fonte de informação.

Inicialmente abordo o livro “Terapia Cognitivo-Comportamental para Leigos”, de Rhena Branch e Rob Wilson, o “Capítulo 13 - Acalmando a Sua Raiva”.


Com as informações do Capítulo podemos deduzir que para os autores desse livro: (1a) a raiva pode ser problemática, (1b) pode-se identificar quando ela é dessa forma, (2a) existe uma raiva saudável e (2b) uma prejudicial, (3) podemos fazer algo com a raiva prejudicial – comunica-la de forma eficaz.


Na História do tratamento para o controle “raiva”, nos primeiros tratamentos as pessoas eram incentivadas a “colocar a raiva para fora” (p. 175) batendo em travesseiros, por exemplo. Nisso elas ficavam muito boas em colocar a raiva para fora, em “sentir raiva” (p. 175). “Joga-la para fora”, como forma de expressar a raiva, gera mais raiva e aumenta sua intensidade, outra solução – a melhor – esta em gerenciar de modo responsável os “sentimentos de raiva” e aprender habilidades para senti-la menos (em intensidade) e menos (em frequência).


Repetindo, existe: a raiva saudável e a raiva prejudicial – a primeira ocorre quando defender seus direitos está como relevante defende-los e a segunda surge quando a pessoa age de forma violenta ou agressiva, por coisas pouco relevantes.


A “raiva”, como outras emoções tem gatilhos, deixas, que a acionam. Por exemplo: alguém infringe uma de nossas regras. As deixas ou gatilhos estão como os mesmos, mas a forma de reagirmos que as coloca como “saudáveis” ou “prejudicial - tanto uma como a outra possuem como formas de se mostrar como: pensamentos, comportamentos e sensações (sinais físicos) – associados a cada um dos padrões de “raiva'.


Abordemos, agora, o conceito de frustração que consiste na sua maioria, quando encontramos algum obstáculo entre nossos objetivos. Quanto mais significativo o objetivo, mais raiva. Pessoas com a raiva nociva costumam ter baixa tolerância a frustração. E para se ter a “raiva saudável' no lidar com a frustração podemos ir em direção à “ATF - Alta Tolerância à Frustração”, e assim não ficamos “cegos” para as soluções. Como meio de atingir uma ATF, podemos fazer algumas perguntas específicas.


Continuando a falar sobre a “raiva saudável”, ela costuma estar como menos desconfortável, que a “raiva prejudicial”, e nos deixa numa situação que está como mais fácil que se tenha uma ideia de escolha alternativa. Além disso, podemos gastar a energia que dispensaríamos com a raiva, fazendo uma reparação para solucionar a situação.


No lidar, no se relacionar com a raiva “expressando seus sentimentos no momento em que ocorrem” (p. 184) pode evitar a “raiva prejudicial”. Tampona-los pode levar a um “pressão interna” até que eles “explodam”. Desse modo, ao falarmos abertamente sobre nossas emoções aos eventos, evitamos emoções prejudiciais como a raiva (e a depressão). Existem técnicas para desenvolver habilidades de comunicação/expressão.


Um outro conceito importante na temática da raiva, está a assertividade como um estado de “não-violência” ou “agressividade”, em que expressamos nossos sentimentos e defendemos nossos direitos. Estarmos em um estado de assertividade funciona com mais frequência do que a “agressividade”. A assertividade está como um momento em que nos controlamos, no qual as pessoas reagem conforme o desejo delas e não por estarem amedrontadas pela nossa “agressividade”. Na assertividade não está como importante vencer, mas manter seus direitos, sem ferir a escolha do próximo. E notemos que mesmo de maneira assertiva, nem sempre conseguimos o que queremos, e podemos encontrar, mesmo assim, como reação, a “agressividade” do outros.


Saibamos, também, que uma crítica pode não ter a motivação de enraivecer alguém – ou você – e pode constituir de uma “visão” útil, sem gerar raiva ou “ferir” alguém.


Para lidarmos com a crítica podemos tomar três atitudes: (1) ver que ela pode nos informar sobre como podemos melhorar; (2) você pode discernir “o quanto você concorda com ela” (p. 186) e o quanto não; e (3) todas as pessoas recebem críticas e não podemos evita-la sempre.


Ao estarmos diante da crítica podemos utilizar o “desarme” que funciona assim: (1) procure o quanto de verdade tem na fala da pessoa – que critica – e concorde com ela nessa parte, (2) mostre empatia, (3) peça mais detalhes sobre o ponto criticado e (4) expresse seu ponto de vista.


Ao fim do Capítulo, os autores, do livro listam e comentam sobre alguns obstáculos normalmente encontrados no se libertar da “raiva”.


Nota: estar como hostil em relação a alguém ou a algo está como nocivo para você mesmo, pois pesquisas dizem que existe uma associação entre estar como hostil e o aumento da pressão sanguínea, podendo causar problemas cardíacos.

sexta-feira, abril 17, 2020

Algumas Palavras–VLVX


“Enquanto estive ali, vi mais do que poderia dizer, e compreendi mais do que vi; pois eu estava vendo de um modo sagrado as formas de todas as coisas nos espíritos, e  forma de todas as formas, à medidas em que elas devem permanecer unidas como um único ser.”


- Black Elk, Black Elk Speaks

quinta-feira, abril 09, 2020

Lista de Filmes Favoritos (Versão 8)

Olá! Como no Orkut não sobrou mais espaço na parte do perfil, "Filmes", resolvi passar para cá a lista de lá e acrescentar outros filmes.
- A Corrente do Bem
- A Feiticeira
- A Liga Extraordinária
- A Noiva Cadáver
- A Rainha dos Condenados
- A Bruxa de Blair (The Blair Witch´s Project)
- As Bruxas de Salém
- A Queda da Casa de Ursher
- A Vida de David Gayle
- Arquivo X (The X-Files)
- BBC - Egito - Episódio 6 - O Segredo dos Hieróglifos(Documentário)
- Cecil B. Demented
- Como o Cérebro Cria (Documentário)
- Conexão Atlante (Documentário)
- Conversando com Deus
- Coração de Dragão
- Coração Valente
- Dogville
- Drácula de Bram Stoker (Francis Coppola)
- Drácula (com Bela Lugosi)
- Dungeons & Dragons – A Aventura Começa Agora (2000)
- Entrevista com Vampiro (Roteirista: Anne Rice)
- Efeito Borboleta (I e II)
- Escola de Rock
- Excalibur
- Frankstein de Mary Shelley
- Gothic (Ken Russell)
- Groove
- I Still Workship Zeus (Documentário)
- Jovens Bruxas (The Craft)
- Kids
- Matrix (Toda a Trilogia)
- O Auto da Compadecida
- O Corvo de Brando Lee (O Corvo I)
- O Efeito Sombra (Debbie Ford)
- O Estranho Mundo de Jack
- O Leitor
- O Ponto de Mutação (Mindwalk)
- O Senhor dos Anéis (Toda a Trilogia)
- Os 12 Macacos
- Os Rosacruzes (Documentário)
- Rashomon
- Shall We Dance (2004, Versão Americana)
- Shrek (II e III)
- Sim, mas...
- Stardust: O Mistério da Estrela
- V de Vingança
- Viagens Alucinantes (Altered States)
- Waking Life

Miniséries

(Netfllix)

- Explicando – A Mente


- Memória
- Sonhos
- Ansiedade
- Meditação (Mindfulness)
- Psicodélicos


- Ordem na Casa com Marie Kondo

- Temporada 1


- A ordem traz felicidade

- Aposentadoria

- Organização a quatro mãos

- Alegria depois da tristeza

sábado, abril 04, 2020

Prática de Vida Integral (PVI) - II - Coluna: Minha PVI Atual – Versão 41


Todo primeiro sábado de cada mês, uma versão atualizada da minha Prática de Vida Integral.


Com o passar do tempo, minha PVI, modificou várias vezes. Atualmente - 4 de abril 2020 - continuo praticando a PVI, com algumas mudanças. Venho falar de algumas práticas que tenho feito nos Módulos Básicos (Corpo, Mente, Sombra e Espírito) e - adiciono – duas práticas de Módulo Auxiliar (Sistemas) e (MetaPrática):


Módulos Básicos

=> Corpo:

- Corpo Físico/Grosseiro:

  • Tomar água logo após acordar, seguida de lavar o rosto. Prática Auxiliar: logo antes de dormir, verificar se tem água no copo, para tomar ao acordar. Se não tiver, colocar água nele.

  • Sono: evitar estar no computador uma hora antes de dormir.

  • Alongamentos (incluindo "alongamento relaxante"), fortalecimento muscular, caminhadas.

  • Evito doce uma vez por semana. Acrescento a isso, seis dias da semana em que evito exceder essa ingestão de doce por mais de uma refeição.

  • Evito beber água gelada.

  • Evito beber 500ml ou mais em uma refeição.

  • Evito queijos amarelos, prefiro queijos brancos.

  • Evito também frituras.

  • Além disso tudo, evito alguns outros alimentos.


=> Mente:

  • Leitura diária.

  • Escrita (quase) diária.


=> Espírito:

  • Prática de meditação: de “atenção plena” (“mindfulness”) de “escaneamento corporal”. (cerca de 30 minutos por dia, de prática formal).

  • Prática informal de parada em três momentos – três vezes ao dia.

  • Zazen* (mínimo de 30 minutos por dia)


=> Sombra:

  • Psicoterapia, uma vez por semana.


Módulos Auxiliares

=> Sistemas:

  • Evitar usar canudo (para beber).


=> MetaPrática:

  • Agenda (quase todos os dias).


* De acordo com as instruções de Nicholas Graham no livro “The Four Powers: Magical Practice for Beginners of All Ages”.