sábado, abril 18, 2020

A Raiva – Uma Revisão Bibliográfica - Parte 1: na Terapia Cognitivo-Comportamental


Introdução


Recentemente me perguntaram algo sobre a “raiva”. Não lembro bem ou claramente qual a pergunta, mas como considero que não soube “responder bem respondido”, completamente ou “com propriedade”, então resolvi (re)fazer uma pesquisa sobre o assunto. “Abri” meus “arquivos” - leia-se livros – que tem trechos sobre esse tema e tomei a decisão de fazer compilação sintética, do encontrado nesses livros.


Fiz a lista de livros em que lembrava de tocar no assunto e tomei releitura – compondo “uma revisão bibliográfica” de pequenas resenhas - e aqui a relato – norteados e orientados pelas perguntas: “o que sei sobre a raiva?” e “o que li sobre o assunto?”.


A Raiva na Terapia Cognitivo-Comportamental


Hoje em dia, uma das abordagens mais se faladas de psicoterapia está a Terapia Cognitivo-Comportamental, e devido a seu destaque no cenário atual – neste “tempo e espaço” inicio a como fonte de informação.

Inicialmente abordo o livro “Terapia Cognitivo-Comportamental para Leigos”, de Rhena Branch e Rob Wilson, o “Capítulo 13 - Acalmando a Sua Raiva”.


Com as informações do Capítulo podemos deduzir que para os autores desse livro: (1a) a raiva pode ser problemática, (1b) pode-se identificar quando ela é dessa forma, (2a) existe uma raiva saudável e (2b) uma prejudicial, (3) podemos fazer algo com a raiva prejudicial – comunica-la de forma eficaz.


Na História do tratamento para o controle “raiva”, nos primeiros tratamentos as pessoas eram incentivadas a “colocar a raiva para fora” (p. 175) batendo em travesseiros, por exemplo. Nisso elas ficavam muito boas em colocar a raiva para fora, em “sentir raiva” (p. 175). “Joga-la para fora”, como forma de expressar a raiva, gera mais raiva e aumenta sua intensidade, outra solução – a melhor – esta em gerenciar de modo responsável os “sentimentos de raiva” e aprender habilidades para senti-la menos (em intensidade) e menos (em frequência).


Repetindo, existe: a raiva saudável e a raiva prejudicial – a primeira ocorre quando defender seus direitos está como relevante defende-los e a segunda surge quando a pessoa age de forma violenta ou agressiva, por coisas pouco relevantes.


A “raiva”, como outras emoções tem gatilhos, deixas, que a acionam. Por exemplo: alguém infringe uma de nossas regras. As deixas ou gatilhos estão como os mesmos, mas a forma de reagirmos que as coloca como “saudáveis” ou “prejudicial - tanto uma como a outra possuem como formas de se mostrar como: pensamentos, comportamentos e sensações (sinais físicos) – associados a cada um dos padrões de “raiva'.


Abordemos, agora, o conceito de frustração que consiste na sua maioria, quando encontramos algum obstáculo entre nossos objetivos. Quanto mais significativo o objetivo, mais raiva. Pessoas com a raiva nociva costumam ter baixa tolerância a frustração. E para se ter a “raiva saudável' no lidar com a frustração podemos ir em direção à “ATF - Alta Tolerância à Frustração”, e assim não ficamos “cegos” para as soluções. Como meio de atingir uma ATF, podemos fazer algumas perguntas específicas.


Continuando a falar sobre a “raiva saudável”, ela costuma estar como menos desconfortável, que a “raiva prejudicial”, e nos deixa numa situação que está como mais fácil que se tenha uma ideia de escolha alternativa. Além disso, podemos gastar a energia que dispensaríamos com a raiva, fazendo uma reparação para solucionar a situação.


No lidar, no se relacionar com a raiva “expressando seus sentimentos no momento em que ocorrem” (p. 184) pode evitar a “raiva prejudicial”. Tampona-los pode levar a um “pressão interna” até que eles “explodam”. Desse modo, ao falarmos abertamente sobre nossas emoções aos eventos, evitamos emoções prejudiciais como a raiva (e a depressão). Existem técnicas para desenvolver habilidades de comunicação/expressão.


Um outro conceito importante na temática da raiva, está a assertividade como um estado de “não-violência” ou “agressividade”, em que expressamos nossos sentimentos e defendemos nossos direitos. Estarmos em um estado de assertividade funciona com mais frequência do que a “agressividade”. A assertividade está como um momento em que nos controlamos, no qual as pessoas reagem conforme o desejo delas e não por estarem amedrontadas pela nossa “agressividade”. Na assertividade não está como importante vencer, mas manter seus direitos, sem ferir a escolha do próximo. E notemos que mesmo de maneira assertiva, nem sempre conseguimos o que queremos, e podemos encontrar, mesmo assim, como reação, a “agressividade” do outros.


Saibamos, também, que uma crítica pode não ter a motivação de enraivecer alguém – ou você – e pode constituir de uma “visão” útil, sem gerar raiva ou “ferir” alguém.


Para lidarmos com a crítica podemos tomar três atitudes: (1) ver que ela pode nos informar sobre como podemos melhorar; (2) você pode discernir “o quanto você concorda com ela” (p. 186) e o quanto não; e (3) todas as pessoas recebem críticas e não podemos evita-la sempre.


Ao estarmos diante da crítica podemos utilizar o “desarme” que funciona assim: (1) procure o quanto de verdade tem na fala da pessoa – que critica – e concorde com ela nessa parte, (2) mostre empatia, (3) peça mais detalhes sobre o ponto criticado e (4) expresse seu ponto de vista.


Ao fim do Capítulo, os autores, do livro listam e comentam sobre alguns obstáculos normalmente encontrados no se libertar da “raiva”.


Nota: estar como hostil em relação a alguém ou a algo está como nocivo para você mesmo, pois pesquisas dizem que existe uma associação entre estar como hostil e o aumento da pressão sanguínea, podendo causar problemas cardíacos.

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