sexta-feira, dezembro 27, 2019

Conhecimento–Parte 3: Cursos Online Grátis e Pagos - Abordando Grande Variedade de Temas


Para aqueles que buscam conhecimento, apresento um site com alguns cursos online (EAD - Ensino À Distância) gratuitos e diversos pagos - abordando uma grande variedade de assuntos.


Aí vai o link para o site, o "Udemy":


www.udemy.com

quinta-feira, dezembro 26, 2019

Diário de Meditação - Meditação da Amizade



Praticamente durante as duas últimas semanas pratiquei a Meditação da Amizade e fiz um relatório, que aqui exponho.

Para conhecer essa meditação, acesse a "Faixa 7: Meditação da Amizade" no endereço da internet: http://www.sextante.com.br/atencaoplena/ - ou mais especificamente - http://www.sextante.com.br/atencaoplena/7Track.mp3 .

Nota: em ao menos uma sessão pratiquei a faixa descrita acima duas vezes seguidas, em várias sessões pratiquei essa faixa de áudio seguida de mais ou menos a mesma estrutura de prática sem áudio e, não me lembro bem, se fiz uma ou mais sessões desse exercício completamente sem áudio.

10/12/2019 (terça-feira)

- Comecei entrando em contato com meu coração físico e simbólico. Passei a sentir certo calor no tórax (incluindo o coração) até a cabeça. Depois esse calor se expandiu para todo corpo ao levar a amizade para todos os seres.

- Tempo Total de Prática: 9:00min.

11/12/2019 (quarta-feira)

Tive dificuldade de manter a atenção no áudio e ouvir todas as instruções. Em um momento lembrei de um momento agradável de hoje, mas na maior parte do tempo estive no momento presente. ao menos na segunda vez que a faixa de áudio rodou. Estive sentindo bem estar e algumas parte do corpo ficaram com certo calor. Sensação de bem estar do corpo como um todo remanescente de momento anterior a prática.

- Tempo Total de Prática: 18:36min.

12/12/2019 (quinta-feira)

- No início me conectei com o coração físico e um pouco simbolicamente, sentindo o pulsar. Após isso comecei a senti um calor na área do coração, peito, ombros e cabeça o que se manteve com mais ou menos a mesma intensidade. Em ao menos algum momento senti o corpo "expandir em todas as direções" e tornar-se um pouco mais morno.

- Tempo Total de Prática: 21:00min.

13/12/2019 (sexta-feira)

- Fiquei impaciente para a prática terminar, senti ansiedade. Antes disso senti tensão nos braços e ombros. Movimentei algumas vezes. A imagem da pessoa à qual eu estava desejando, muitas vezes ficou pouco nítida.

- Tempo Total de Prática: 20:00min.


15/12/2019 (domingo)


- "Foi tenso", senti desconforto corporal, apesar de sentir, mesmo que de leve, certa compaixão ou amor, certa gentileza para com o outro.

- Tempo Total de Prática: 20:00min.


16/12/2019 (segunda-feira)


- Estive com paciência para fazer o exercício lentamente, com espaços de uma atitude de "receptividade" após cada frase, "saboreando" ("savoring") cada momento. Percebi que uma atitude de "movimento" gentil surgiu "dentro" de mim, sendo que fiquei mais conectado com minhas emoções.

- Tempo Total de Prática: 20:00min.


17/12/2019 (terça-feira)


- No início tive dificuldade de concentrar nas instruções e fazê-las, isso foi passando e mais para o final da sessão me senti absorvido na experiência, envolto em pensamentos bondade, algumas sensações de ternura e emoção de compaixão e amor-bondade.


- Tempo Total de Prática: 20:00min.


18/12/2019 (quarta-feira)

- Com a prática estive mais no momento presente, focado na emoção e conectado com o coração (simbólico). Estive um pouco "emocionado" e imerso em uma sensação de prazer e bem-estar corporal e emocional.


- Tempo Total de Prática: 21:00min.


19/12/2019 (quinta-feira)

- Tive dificuldade de manter a atenção nas instruções e executá-las. Em um  momento notei que passou um tempo e não estava conectado ao que estava ouvindo. Estive com uma resistência, certa tensão no corpo para dedicar o bem à "pessoa de dificuldade".


- Tempo Total de Prática: 11:00min.


20/12/2019 (sexta-feira)


- Tive muitos pensamentos alheios à prática, um pouco de dificuldade em visualizar clara e definidamente. Consegui me conectar com a emoção de compaixão, pouco, mas consegui. Senti um pouco de calor (menos físico e mais emocional) no corpo.


- Tempo Total de Prática: 20:00min.


21/12/2019 (sábado)


- A cada momento comecei a ficar mais envolvido com a prática, mais "absorvido" nela. Senti incômodo quando fui escolher a primeira "pessoa de dificuldade", então troquei por uma pessoa que eu estava tendo menos raiva e assim prosseguir a prática, "descongelando o coração".

- Tempo Total de Prática: 20:00min.


22/12/2019 (domingo)


- Fiquei absorvido pela experiência da prática, focado na maior parte no momento presente e com poucos pensamentos que desviavam do proposto da prática. Meu "tom" emocional mudou, senti mais "caloroso", um pouco mais aberto e receptivo.

- Tempo Total de Prática: 20:00min.


23/12/2019 (segunda-feira)

- Fiquei cada vez mais imerso nas experiência e focado nas frases, sensações e principalmente emoções de desdobramento da prática. Quase não tive - e ainda diminuiu no decorrer da mesma - pensamentos não relacionados com as frases e tema correlatos.


- Tempo Total de Prática: 20:00min.

quarta-feira, dezembro 25, 2019

Algumas Palavras–VLVIII


"Nosso diálogo continuou; ele expressando sua dor por quase vinte minutos mais, e eu procurando escutar o sentimento e a necessidade por trás de cada frase. Não concordei nem discordei. Recebi as palavras dele não como ataques, mas como presentes de outro ser humano que estava disposto a compartilhar comigo sua alma e suas profundas vulnerabilidades."


- Marshall B. Rosenberg, "Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais", p. 35

sábado, dezembro 14, 2019

A Ciência da Meditação: Como transformar o cérebro, a mente e o corpo - Resenha


“A Ciência da Meditação”, escrito por Daniel Goleman [1]1 (1946 - ) e Richard J. Davidson2 [2] (1951 - ) está originalmente intitulado como “Altered Traits: Science Reveals How Meditation Changes Your Mind, Brain and Body”, que podemos traduzir como “Traços Alterados: Como a Meditação Muda Nossa Mente, Cérebro e Corpo”.

Para a presente resenha vamos focar em cinco Capítulos dessa obra, mais especificamente: o “4. O melhor que tínhamos”, “5. Uma mente imperturbável”, “7. Atenção!”, “13. Alterando traços” e “14. Uma mente saudável”.

Capítulo 4 – O melhor que tínhamos

Esse Capítulo aborda críticas a pesquisas feitas no passado, dentro do âmbito científico, da temática da meditação, incluindo um questionamento do que vem a ser ou se nomeia por mindfulness.

Ele começa descrevendo uma imagem em movimento, uma cena, de filme inicialmente “utilizado para ser uma advertência para marceneiros” (p. 55), mas que foi dado para um pesquisador de Harvard – Dan - e tornou-se uma ferramenta para “estímulo de estresse emocional” para pesquisas. Esse método de estimular o estresse dentro da pesquisa mostrou que “meditadores experientes” com frequência se recuperavam dele mais rapidamente do que “novatos na prática”.

Com o tempo surgiram críticas a esse experimento e “A Ciência da Meditação” explicita as falhas e vieses em relação ao mesmo, como por exemplo:

  • A forma de Dan se dirigir os dois grupos – o de “ensinados a praticar meditação” e o de dito “apenas relaxar” - levou a um resultado que pode ter sido tendencioso
  • Essa pesquisa não foi reproduzida
  • A utilização de “medidas sensíveis” - situação na qual as pessoas avaliam suas próprias reações –, nisso há a possibilidade de que a “sensação de ansiedade diminuída” pelos praticantes de meditação pode ter influencia da expectativa dos efeitos afirmados por eles, o que enviesa o que ele disse
  • Dan estava como praticante de meditação o que pode levar a um viés, mesmo que sem escolha consciente dele.

Outra dificuldade encontrada em pesquisas de meditação foram os muitos métodos, as várias práticas nomeadas com esse título, sendo que cada uma produz resultados diferentes.

Também foi visto como obstáculo ao pesquisar essa temática a falta de dados relativos a quantidade de horas - incluindo tempo e frequência - como fator importante a se observar.

Outro fator a se conscientizar está em incluir um grupo controle de não meditadores, mas que passam por uma intervenção – como o “Health Enhancement Program” ou “HEP” (“Programa de Otimização da Saúde”)- comparada com a Redução de Estresse Baseada em Mindfulness, como meio para definir se os efeitos provem especificamente da meditação ou de outras variáveis.

Esse programa inclui terapia musical com relaxamento, educação nutricional e exercícios de movimento- e exclui a meditação.

Em “O melhor que tínhamos” aparece uma reflexão - “O Que é Exatamente a Mindfulness?”, seguida de múltiplas respostas, muitos significados diferentes:

  • Como uma possível - e mais comum - tradução de “sati”, palavra vinda idioma páli
  • Significa para certas tradições meditativas a prática de observar quando a mente se distrai, após o foco da atenção em um objeto específico, seguida de distração e retorno ao objeto de início
  • Segundo Jon Kabat-Zinn uma atenção com propósito voltada ao momento presente com uma determinada atitude – a de não-julgamento

O capítulo segue com análise de como algumas medidas de mindfulness foram feitas e os problemas relacionados a elas - como a de correlação positiva entre mindfulness e a embriaguez e de um estudo em que meditadores avançados e experientes – com média de 5800 horas e 11 mil horas de prática, respectivamente) não apresentaram diferenças em relação a um grupo de não meditadores em dois questionários usais para medir mindfulness – talvez porque os que meditam estão mais conscientes das divagações próprias de sua mente. Sobre isso Goleman e Davidson explicam que o uso de autorrelatos em pesquisa pode resultar em distorção dos dados, o que influenciou Richard a aplicar uma medição de comportamento, mais específica: “a capacidade de manter o foco à medida que contamos a respiração, uma a uma.” (p.69).

Os autores terminam essa parte do livro comentando em geral sobre as pesquisas atuais na área da meditação, dizendo que elas comumente estão aquém do rigor metodológico adequado, que o volume de pesquisas desse tema tem aumentado e que muitos desses estudos estão associados às alterações de traços descritas na literatura de muitas tradições espirituais - nisso a fonte tradicional oferece hipóteses de trabalho para pesquisa moderna, inspiradas em conhecimento do passado.

Capítulo 5 – Uma mente imperturbável

Em “Uma mente imperturbável”, Dan e Richie, contam da sua aproximação com Jon Kabat-Zinn, e os “insights” dele para a criação do MBSR – o Programa de Redução de Estresse Baseado em Mindfulness, e como adaptou práticas que conhecia para um tratamento possível para dor. Nisso ressalta-se um ponto-chave: “é possível registrar e então investigar e transformar a relação com o que quer que estejamos sentindo em um determinado lugar do corpo, mesmo que seja muito desagradável.” (p. 76).

Após, isso acrescenta se que o MBSR reivindica o benefício de poder melhorar “como as pessoas podem lidar com o estresse.” (p. 76).

Philip Golding estudou o quão impactante o MBSR poderia estar em relação a reação de estresse. Ele apresentou às pessoas, estressores, essas que com dois modos de usar a atenção: atenção (mindful awareness) da respiração e distração aritmética. Os efeitos foram diferentes: só a mindfulness da respiração diminui a atividade da amígdala, fortaleceu a atividade nas redes de atenção do cérebro e os que meditaram narravam menos reação em relação ao estresse.

Em seguida, os autores contam como conheceram Alan Wallace, que foi o criador do programa Treinamento em Atenção Plena e que descobriu que a Atenção Plena acalmava a amígdala, em pesquisa na qual meditadores recentes– praticaram meditação somente vinte minutos por dia, durante uma semana, sem exposição anterior a essa prática - foram expostos a imagens “de tenebrosas vítimas de queimaduras e fofos coelhinhos” (p. 78-9) no estado de consciência cotidiano e logo depois durante a prática de mindfulness. Durante o exercício meditativo, os meditadores versus não meditadores, tiveram uma reação amigdalar expressivamente menor. Ao pesquisaram desse jeito – o estado da amígdala no momento de prática da Atenção Plena – o resultado indica um efeito temporário, o de “estado alterado”, e não um mais constante, o de “traço alterado”.

Outra pesquisa da meditação: foi usado um estimulador termal que aumenta a temperatura, para testar o limiar dor, mas não queima a pele.

Entre a descrição desse experimento e a continuação da descrição dessa pesquisa, uma importante afirmação, sobre a ideia de “traço alterado”, aparece no texto: “Estados de consciência no início alcançados apenas na sala de meditação pouco à pouco se tornam contínuos em toda e qualquer atividade” - disse Ruth Sasaki (p. 80). Concepção firmada nesse mesmo parágrafo, que aparece no zen, a de que o estado mental das sessões de meditação acaba por estender para o cotidiano.

Voltando a falar sobre a experiência do estimulador térmico: os estudantes zen mais experientes suportaram mais dor do que o grupo controle, e assim, como apresentaram pouca atividade nas regiões relativas “à execução, avaliação e emoção durante a dor” (p. 81). Sintetizando, os praticantes de meditação reagiam à dor como se ela fosse uma sensação neutra, o que nos indica a breve menção expressa no artigo dessa pesquisa, de um importante efeito de traço. Houve ceticismo perante esses dados, pela interpretação possível de que eles mostrariam autosseleção, a dos que permanecem praticando meditação e quem para, expressando de outra forma: as pessoas que continuam exercitando a meditação podem já ter esse traço – nesse caso específico o de alto limiar à dor.

Pesquisa posterior, de Cliff Saron - coautor de artigos de Richie - doutor em neurociência pelo Albert Einstein College of Medicine, junto com Alan Wallace, fizeram um dos poucos estudos longitudinais da meditação até o momento.
Esse estudo – o Projeto Shamatha-, chegou à conclusão de que os traços positivos encontrados em meditadores de longo prazo não se devem simplesmente à autosseleção, citada acima – e ao refletir sobre essa afirmação, os autores viram que ela direciona o conhecimento para a ideia que provavelmente os “estados”, com a prática/ treinamento meditativo, tornam se “traços” - ao menos no caso de estresse.

Logo depois, a próxima subseção do capítulo, apresenta pesquisa em que se aplicou um teste - o Trier Social Stress Teste - TSST – o “teste de estresse social (da universidade) de Trier”, que mostrou como resultado: os meditadores tiveram um menor aumento de cortisol durante o estresse – esses também reagiram com menos estresse ao TSST, do que os não meditadores, isso tudo não durante a prática meditativa, mas em estado de repouso.

Com os mesmo praticantes de meditação da pesquisa com TSST, foi utilizado o escaneamento cerebral e eles foram submetidos a imagens perturbadoras. Observou-se então que o cérebro deles mostrava uma menor reatividade na amígdala, em outras palavras, eles estavam “imunes ao sequestro emocional”. O motivo dessa característica: “seus cérebros tinham conectividade operativa mais forte entre o córtex pré-frontal, que governa a reatividade, e a amígdala, que dispara essas reações.” (p.86).

O último tema, abarcado no capítulo, é a investigação de Richei, em que repete a pesquisa acima com indivíduos que passaram pela vivência do MBSR – um total de trinta horas. Eles mostraram menor reatividade da amígdala, em comparação com o grupo de praticantes – do parágrafo – acima: eles apresentaram também essa diminuição, mas diferente do meditantes do MBSR, os meditadores de longo prazo tiveram como acréscimo o “fortalecimento da ligação entre o córtex pré-frontal e a amígdala.” (p. 86). Dados, esses que sugerem que quando “o momento presente se torna desagradável (...) a capacidade de administrar o estresse (…) será maior nos meditadores de longa data” (p. 86).

Capítulo 7 – Atenção !

A primeira parte do “Atenção !” expressa simplesmente uma introdução sobre a atenção. Continua, com o conceito de habituação e exemplificando-o: em um experimento, foi medida a atividade elétrica do cérebro de monges, enquanto eles meditavam e escutavam uma série de sons, nisso três desses experimentandos, que estavam como meditadores avançados tiveram uma forte reação igual do primeiro ao vigésimo som. Era esperado que o cérebro se “desligaria”, sem reagir ao décimo e menos ainda ao último (vigésimo) – e não foi o que ocorreu.

Esse “desligamento” tem o nome técnico de “habituação”, que ocorre a partir de “prestarmos a atenção em algo incomum apenas o tempo suficiente para ter certeza de que não oferece ameaça, ou simplesmente para categorizá-lo” (p. 107) até que a habituação “entra em cena”, poupando energia cerebral e “apagando” que percebemos como seguro.

Na experiência, de Dan e Richie, de mindfulness transformou o habitual e cotidiano, com a presença no aqui-agora, como algo novo e anulando o efeito/fenômeno de “habituação”. Na opinião deles, viam a mindfulness como “uma mudança voluntária do desligamento reflexivo.” (p. 108).

Um pouco antes no texto, Richard cita William James (p. 106): “A faculdade de trazer repetidamente de volta uma atenção divagante é a própria raiz do juízo, caráter e vontade (…) uma educação que enfatizasse essa faculdade seria a educação por excelência.” - e Richie encontrou o treino dessa faculdade, a “educação por excelência” na meditação.

A segunda parte deste capítulo, também versa sobre a atenção. Nela retomasse a ideia de W. James, que a via como uma função isolada, mas para a ciência, ela constitui de diferentes capacidades, a de (p. 110):

  • Atenção seletiva
  • Vigilância
  • Alocar atenção de modo a notar mudanças pequenas ou rápidas no que vivenciamos
  • Foco na meta
  • Metaconsciência

Prossegue-se com o tema principal – do capítulo-, que discorre sobre a atenção e cada uma dessas capacidades atencionais, então, termina discutindo em torno da duração/permanência dos efeitos benéficos da meditação.

Capítulo 13 – Alterando traços

Este capítulo inicia-se com um resumo da parte anterior, revisitando pesquisas. Segue-se dividindo meditadores em três grupos, de acordo com o tempo dedicado à meditação: (1) iniciantes (apenas sete horas), longo prazo (de mil a 10 mil horas) e iogues (média de 9 mil à 27 mil – medindo até 63 mil). Adiante, o texto compreende de uma dissertação sobre os efeitos da meditação sendo que inicialmente o impacto da mesma costuma a estar mais como subjetivo, com cerca de 30 horas (ao longo de oito semanas) aparece menor reatividade da amígdala. Ao longo prazo alguns benefícios aprofundam e outros emergem; já no nível iogue parecem apresentar mudança estrutural e funcional do cérebro.

Já à frente, do “Alterando traços”, acrescenta-se que em meditadores avançados o cérebro em estado de repouso mostra-se semelhante ao meditativo e que um teste para saber se a pessoa está em um “estado” ou um “traço” está nas provações do dia a dia.

O assunto passa para a maestria da meditação e que mesmo após as 10 mil horas de treinamento em meditação, os praticantes continuam a melhorar sua habilidade, que um retiro pode oferecer efeitos diferentes em relação ao uma prática diária por – essa primeira – contar professores, adicionada de intensidade do treino e o silêncio. Ressalta-se aí uma importância de um acompanhamento de alguém mais experiente.

Outro tópico em que se reflete, nesse texto, está sobre quais tipos de meditação são úteis para quais pessoas? Esse questionamento surge devido à constatação que todas as meditações estão como uma “uma porta para além da experiência comum.” (p. 218), sendo então semelhantes às outras, mas ao mesmo tempo únicas.

Salienta-se também que a meditação, historicamente tem como meta o desenvolvimento dos traços alterados. Na modernidade muitas coisas das tradições espirituais foram deixadas de lado. Tradicionalmente elas incluem “componentes importantes da prática contemplativa que são não a meditação em si.” (p. 224).

Assim fala se um pouco mais sobre as outras vaiáveis que podem influenciar a aquisição dos “traços” e fecha com um comentário sobre o despertar de Sidarta Gautama e um resumo geral desse capítulo.

Capítulo 14 – Uma mente saudável

O último capítulo, o décimo quarto, expõe que uma desculpa comum para não meditar está em não ter tempo para praticar a própria meditação. Logo, passa se a abordar sobre aplicativos para meditação, assim como a meditação em geral no contexto organizacional e da educação. Expressa se em relação a “musculação da mente”, finalizando com uma revisão da trajetória, a “Jornada” da “neurociência contemplativa”, até tempos recentes, quando esta atingiu a maturidade.

Análise Crítica do Resenhista

O livro propõe uma “caminhada” pela História da “neurociência contemplativa” e faz jus à proposta. O que posso complementar aqui seria sugerir empreendimentos futuros – a partir do que já foi feito - que façam diálogo entre Ciência e as Tradições Espirituais, investigando:

  • Semelhanças (e/ou diferenças) entre a ideia de “estados” e “traços” com o conceito de “experiências de pico/culminantes” e de “experiências platô” de Abraham H. Maslow, fundador da Psicologia Humanista e da Psicologia Transpessoal
  • Semelhanças (e/ou diferenças) entre a concepção de “bondade básica intrínseca” – consistente com alguns resultados de estudos - e a visão de ser humano da Psicologia Humanista – em que ele tende à bondade.

Referência

GOLEMAN, Daniel; DAVIDSON, Richard J. A Ciência da Meditação: como transformar a mente, o cérebro e o corpo. 1 ed. Tradução: Cássio de Arantes Leite. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

[1] Reconhecido por divulgar a Inteligência Emocional e escrever vários livros sobre meditação - “A Arte da Meditação” e “A Mente Meditativa: as Diferentes Experiências Meditativas no Oriente e no Ocidente”, além do livro de que estamos falando nesta resenha.

[2] Doutor em Psicopatologia e Psicofisiologia pela Universidade de Harvard e cientista da Universidade de Winsconsin-Madison onde trabalha no Laboratório de Neurociência Afetiva com tecnologia avançada de imagem cerebral - Tomografia por Emissão de Positrões e Ressonância Magnética Funcional, e outras tecnologias computorizadas como a electrofisiologia quantitativa – pesquisando o cérebro e a meditação.

Update (29/08/2002)

Mais resenhas?

Por Que o Budismo Funciona: Como a psicologia evolucionista e a neurociência explicam os benefícios da meditação–Resenha:


http://aliceunbound.blogspot.com/2020/01/por-que-o-budismo-funciona-como.html


O Cérebro e a Inteligência Emocional: Novas Perspectivas – Resenha:


http://aliceunbound.blogspot.com/2020/01/o-cerebro-e-inteligencia-emocional.html


A Revolução do Altruísmo – Resenha:


http://aliceunbound.blogspot.com/2020/01/a-revolucao-do-altruismo-resenha.html

sábado, dezembro 07, 2019

Prática de Vida Integral (PVI) - II - Coluna: Minha PVI Atual – Versão 37


Todo primeiro sábado de cada mês, uma versão atualizada da minha Prática de Vida Integral.


Com o passar do tempo, minha PVI, modificou várias vezes. Atualmente - 7 de dezembro 2019 - continuo praticando a PVI, com algumas mudanças. Venho falar de algumas práticas que tenho feito nos Módulos Básicos (Corpo, Mente, Sombra e Espírito):


=> Corpo:

- Corpo Físico/Grosseiro:

  • Tomar água logo após acordar, seguida de lavar o rosto. Prática Auxiliar: logo antes de dormir, verificar se tem água no copo, para tomar ao acordar. Se não tiver, colocar água nele.

  • Sono: evitar estar no computador uma hora antes de dormir.

  • Alongamentos (incluindo "alongamento relaxante"), fortalecimento muscular, caminhadas.

  • Comer menos rápido: sete refeições por semana.

  • Evito doce três vezes por semana. Acrescento a isso, três dias da semana em que evito exceder essa ingestão de doce por mais de duas refeições e um dia da semana que evito exceder essa uma ingestão de doce por mais de uma refeição.

  • Evito beber água gelada.

  • Evito beber 500ml ou mais em uma refeição.

  • Evito queijos amarelos, prefiro queijos brancos.

  • Evito também frituras.

  • Além disso tudo, evito alguns outros alimentos.


=> Mente:

  • Leitura diária.

  • Escrita diária.


=> Espírito:

  • Prática de meditação: de “atenção plena” (“mindfulness”): revezando entre “atenção focada na respiração”, “monitoramento aberto” e “caminhada meditativa”.(mínimo de 20 minutos por dia, de prática formal)


=> Sombra:

  • Psicoterapia, uma vez por semana.

domingo, novembro 24, 2019

5 Livros Nota 5 em 5 – Lista 4


Os livros abaixo estão listados de acordo com a ordem alfabética:

  • 10% mais feliz (Dan Harris)
  • Client Centred Therapy (new Ed) (Carl Rogers)
  • Integral Health: The Path to Human Flourishing (Elliot S. Dacher)
  • Person-Centered Counseling: An Example Case Study for The Beginning Therapist (B. L. Larsen)
  • O Milagre da Manhã: o segredo para transformar sua vida (antes da 8 horas) (Hal Elrod)

sábado, novembro 23, 2019

Livros Relidos – Versão 3


- A Prática de Vida Integral: Um guia do Século XXI para Saúde Física, Equilíbrio Emocional, Clareza Mental e Despertar Espiritual (Ken Wilber, Terry Patten, Adam B. Leonard e Marco Morelli)
- Atenção Plena para Iniciantes: usando a prática de mindfulness para desenvolver o foco no momento presente, acalmar a mente e transformar sua qualidade de vida (Jon Kabat-Zinn)
- Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach)
- Introdução ao Coaching Integral ICI (Paul Anwandter)

sábado, novembro 09, 2019

(RPG) Mundo das Trevas e Música – Parte 2


Para continuar o assunto sobre Mundo das Trevas e música, posto aqui um link para um vídeo do Youtube que corresponde a primeira influência musical citada (como epígrafe) no primeiro livro de Storyteller, o Vampiro: A Máscara 1 ed. [1] A banda Indigo Girls com "Land of Canaan":


https://www.youtube.com/watch?v=3CPR_BTd2A4


Letra da Música "Land of Canaan" - Indigo Girls:


You can go to the East
To find your, your inner hemisphere
You say we're under the same sky
Babe, you're bound to realize
Honey it's not that clear
I'm not your promised land at all, oh no
I'm not your promised one
I'm not the land of Canaan, oh, sweetheart
Waiting for you under the sun


I'm lonely tonight, I'm missing you now
Wanting your love and you're giving it out
I'm lonely tonight
I'm lonely tonight
I'm lonely tonight (oooh... yeah)


Well, the meaning's changed
For what it's worth, it's just a senseless game, ah
Well I should think of a love
But it's fear every time I hear
Honey your heartbeat strain
It's not the fallen man, honey, ah
It's not the call of time
It's just the London skyline (oh sweetheart)
Telling me you're not mine


I'm lonely tonight, I'm missing you now
Wanting your love and you're giving it out
I'm lonely tonight
I'm lonely tonight
I'm lonely tonight (oooh... yeah)


My blood is running dry, my skin is
My skin is growing thin (skin is growin' thin) oh yeah
For every time you find yourself
You lose a little bit of me (you lose a little bit)
Honey, from within (you loose a little bit)
It's just a raging cycle (it's just a raging, raging cycle)
Why can't we bring it all to the end of the line (I'd like to bring it to the end of the line)
From inside this existence, oh sweetheart
Time is not on my side


I'm lonely tonight, I'm missing you now
I'm wanting your love and you're giving it out
I'm lonely tonight
I'm lonely tonight
I'm lonely tonight (oooh... yeah)


I'm not your promised land (I'm lonely tonight)
I'm not your promised one (Honey I'm trying)
I'm not your promised land (to tell you that I'm lonely tonight)
I'm not your promised one
I'm not the land of Canaan (I'm lonely tonight)
I'm not your land of Canaan (I'm lonely tonight)
I'm not the land of Canaan, sweetheart
Waiting for you under the sun
I'm lonely tonight...


Acima em negrito o trecho da música que aparece como epígrafe em Vampiro: A Máscara 1ed. (americana)


[1]: No Brasil a 1ª. edição de “Vampiro: A Máscara”, corresponde à 2ª. edição americana.


Fonte (da Letra de Música) (acessado em 09/11/2019):

https://www.google.com.br/search?source=hp&ei=lwnHXeuiGfu25OUP6LKcuAo&q=indigo+girls+land+of+canaan&oq=indigo+girls+land+of+canaan&gs_l=psy-ab.3...8883.16697..16948...9.0..0.863.6688.0j13j4j5-2j3......0....1..gws-wiz.....0..0j0i22i30j0i22i30i19.I0n_bWcCL9k&ved=0ahUKEwiryuqQ5d3lAhV7G7kGHWgZB6cQ4dUDCAY&uact=5

sábado, novembro 02, 2019

Prática de Vida Integral (PVI) - II - Coluna: Minha PVI Atual – Versão 36


Todo primeiro sábado de cada mês, uma versão atualizada da minha Prática de Vida Integral.


Com o passar do tempo, minha PVI, modificou várias vezes. Atualmente - 2 de novembro 2019 - continuo praticando a PVI, com algumas mudanças. Venho falar de algumas práticas que tenho feito nos Módulos Básicos (Corpo, Mente, Sombra e Espírito):


=> Corpo:

- Corpo Físico/Grosseiro:

  • Tomar água logo após acordar, seguida de lavar o rosto.

  • Sono: evitar estar no computador uma hora antes de dormir.

  • Alongamentos (incluindo "alongamento relaxante"), fortalecimento muscular, caminhadas.

  • Comer menos rápido: sete refeições por semana.

  • Evito doce três vezes por semana. Acrescento a isso, três dias da semana em que evito exceder essa ingestão de doce por mais de duas refeições e um dia da semana que evito exceder essa uma ingestão de doce por mais de uma refeição.

  • Evito beber água gelada.

  • Evito beber 500ml ou mais em uma refeição.

  • Evito queijos amarelos, prefiro queijos brancos.

  • Evito também frituras.

  • Além disso tudo, evito alguns outros alimentos.


=> Mente:

  • Leitura diária.

  • Escrita (quase diária).


=> Espírito:

  • Prática de meditação: de “atenção plena” (“mindfulness”): escaneamento corporal (“body scan”) (mínimo de 20 minutos por dia, de prática formal)


=> Sombra:

  • Psicoterapia, uma vez por semana.

sábado, outubro 26, 2019

Conhecimento–Parte 2: O Budismo e a Psicologia Moderna


Há mais tempo apresentei, aqui, um site com diversos cursos online (EAD - Ensino À Distância), gratuitos, de Universidades estrangeiras – o “Coursera”.

Lá assisti todos os vídeos de um curso - “Buddhism and Modern Psychology”, do Prof. Robert Wright - o indico à vocês:

https://www.coursera.org/learn/science-of-meditation

Lembrando que ele tem versão em espanhol, inglês e húngaro – infelizmente não em português – e está como grátis.

sexta-feira, outubro 11, 2019

(RPG) Mundo das Trevas e Música – Revisado e Expandido


A série de títulos de RPG[1] Storyteller[2] – “Mundo das Trevas” - foi originalmente composta por “Vampiro: A Máscara”, “Lobisomem: O Apocalipse”, “Mago: A Ascensão”, “Changeling: O Sonhar” e “Aparição: O Limbo”.

Desde 2ª edição americana[3] de “Vampiro: A Máscara”, nos Estados Unidos - país de origem do jogo -, existia uma lista de bandas como referência para esse cenário, em outras palavras, a expressão de um conjunto de obras musicais que inspiraram esse RPG.

A partir daí a junção entre RPG e música marcou de forma intensa esses títulos, além do que encontramos com frequência trechos de letras de música como epígrafe nos textos incluídos dessa série – assim como de falas de filmes e trechos de obras livrescas, referências à histórias em quadrinhos – hqs.

Para compreender melhor o cenário/ambientação desse RPG/jogo comecei a ouvir algumas bandas dessa lista, foi aí que comecei a ouvir música. Um outro objetivo de fazer isso está em ter conhecimento de faixas de áudios para colocar durantes as sessões de RPG - criando uma atmosfera, estilo e estética propícia a que se que evocar dentro, durante e/ou entre as Cenas das Histórias/Crônicas.

Já joguei ao menos duas vezes ao som de música e foi divertido[4]. Já Narrei com músicas de “Dead Can Dance” ao fundo... logo ao começar a primeira faixa, do primeiro álbum dessa banda, marcou o inicio e constituiu um “gatilho” para imersão no mundo de jogo, que era “Mago: A Ascensão”.

Vários livros do Mundo das Trevas apresentam listas de bandas de inspiração. - um dos projetos que tenho está em um “primeiro passo” compilar essas referências musicais – assim como de outras formas de mídia – em uma lista geral, com um “segundo passo”, não necessariamente “após o primeiro” ou “linear” de refletir, escrever e informar sobre essa prática referencial e seu conteúdo.

Para as pessoas que querem sentir o gosto do RPG e mais precisamente desse mundo/coleção de RPGs, mas não estão, por algum motivo, podendo jogar ou narrar/mestrar, sugiro que busque essas inspirações das diversas fontes de informação – jogos, livros (de ficção ou não-ficção), histórias em quadrinhos, filmes e músicas – e quando puderem jogar, este jogo estará enriquecido, muitas vezes com referências, inspirações e/ou criatividade.

[1] Sigla de “Role-playing games” em inglês ou – em português – “jogos de interpretação de papéis”.

[2] “Storyteller” do inglês traduzido literalmente para o português chama-se “Narrador”, mas a série de livros/jogos de RPG em português foi denominada “Jogos de Narrativa”.

[3] No Brasil a 1ª. edição de “Vampiro: A Máscara”, corresponde à 2ª. edição americana.

[4] Atualmente (11/10/2019), já joguei mais vezes assim, e tenho jogado como jogador/”player” em uma mesa de “Mago: A Ascensão”, em que o Narrador utiliza música durante as sessões, e interpreto um personagem de conceito “Cantor Gótico”, o Dark Master.

Esse personagem está com a Ficha de Personagem, Histórico e descrição e outros detalhes, neste blog. Índice de informações sobre “Dark Master”:

- RPG – Mago: A Ascensão 3 ed. – Ficha de Personagem (Pronta) – Dark Master – Versão 1:

- RPG – Mago: A Ascensão 3 ed. – Ficha de Personagem (Pronta) – Dark Master – Versão 2:

- RPG – Mago: A Ascensão 3 ed. – Descrição de Personagem – Dark Master – Versão 1:

- RPG – Mago: A Ascensão 3 ed. – Descrição de Personagem – Dark Master – Versão 2:






























sábado, outubro 05, 2019

Prática de Vida Integral (PVI) - II - Coluna: Minha PVI Atual – Versão 35


Todo primeiro sábado de cada mês, uma versão atualizada da minha Prática de Vida Integral.

Com o passar do tempo, minha PVI, modificou várias vezes. Atualmente - 5 de outubro de 2019 - continuo praticando a PVI, com algumas mudanças. Venho falar de algumas práticas que tenho feito nos Módulos Básicos (Corpo, Mente, Sombra e Espírito):

=> Corpo:
- Corpo Físico/Grosseiro:
  • Tomar água logo após acordar.
  • Sono: evitar estar no computador uma hora antes de dormir.
  • Alongamentos (incluindo "alongamento relaxante"), fortalecimento muscular, caminhadas.
  • Comer menos rápido: sete refeições por semana.
  • Evito doce três vezes por semana. Acrescento a isso, três dias da semana em que evito exceder essa ingestão de doce por mais de duas refeições e um dia da semana que evito exceder essa uma ingestão de doce por mais de uma refeição.
  • Evito beber água gelada.
  • Evito beber 500ml ou mais em uma refeição.
  • Evito queijos amarelos, prefiro queijos brancos.
  • Evito também frituras.
  • Além disso tudo, evito alguns outros alimentos.

- Corpo Sutil:
  • Ritual Menor de Banimento do Pentagrama todos os dias.

=> Mente:
  • Leitura diária.
  • Escrita (quase diária).

=> Espírito:
  • Prática de meditação: de “atenção plena” (“mindfulness”): respiração com consciência plena (mínimo de 20 minutos por dia, de prática formal)

=> Sombra:
  • Psicoterapia, uma vez por semana.











quinta-feira, outubro 03, 2019

Universo em Desencanto, Reencanto e o Novo – Versão Revisada e Expandida


Não, não estou falando da Cultura Racional... Estou falando de uma experiência que tive do mundo/universo, que antes encantado eu estava, maravilhado com o mundo, até que o significado/interpretação do mesmo se tornou tedioso e desencantado para mim, e depois retornei a uma vida animada, reencantada. E... o Novo, que foi a saída para o reencanto e fôlego de viver!


Lembrando vagamente da teoria atômica de Leucipo e Demócrito comecei a desanimar com o mundo/universo, percebendo/significando o mesmo como apenas uma recombinação de peças básicas e de número limitado, como, em metáfora, se o mundo fosse todo feito de Lego (acho que essa metáfora aparece no “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, livro que li e muito gostei principalmente do final, que considerei muito surreal! Recomendo-o!) e que a vida não passava de recombinações dessas peças encaixadas de modos diferentes, em combinações limitadas e de quantidades de peças, também limitadas. Enfim, as possibilidades finitas.


Com o tempo percebia que cada momento tinha sua “energia”, uma percepção do total das sensações ou o “felt sense” (aqui essa, última expressão linguística, tem o significado de acordo com o trabalho/Obra de Eugene Gendlin, um filósofo) diferente, mas não tinha muito consciência disso e só consegui “simbolizar” e tomar plena consciência disso, quando lendo Ken Wilber, percebi que na sua hierarquia, cada nível superior dessa, apresentava qualidades/características novas, não encontradas nos elementos pertencentes aos níveis inferiores; como por exemplo, átomos incluem partículas subatômicas, moléculas incluem átomos, tecidos orgânicos incluem moléculas, órgãos incluem tecidos, organismos incluem órgãos, e a cada nível se encontra uma novidade além dos elementos que compõem o nível anterior. E aí, veio o “boom”! Como na Gestalt, o todo está como maior que soma das partes. Então cheguei à conclusão, que a “configuração geral” de cada momento era Novo! Então consegui a libertação de um mundo com tons de cinza, limitado e finito, para um mundo de diversidade de cores vivas/vívidas e brilhantes, vibrante! Para um mundo sempre-mutante, sempre cheio de novidade e estimulante, em que cada momento não está como a repetição do anterior, mas sim, único, precioso e significativo! E fui bem-vindo ao Infinito!


“Pois o segredo do pensamento contextual é que o todo revela novos significados que não estão disponíveis para as partes e, desse modo, os grandes quadros que nós construímos dão um novo significado aos detalhes que os compõem.” (itálicos meus)


- Ken Wilber, “Psicologia Integral: Consciência, Espírito, Psicologia e Terapia”, p. 16

quarta-feira, setembro 18, 2019

Algumas Palavras–LVI


“Dorothy Lee (1950) observa que os indivíduos de cada cultura codificam a experiência segundo as categorias do seu próprio sistema lingüístico, compreendendo a realidade somente como é apresentada em seu código. Cada cultura registra e categoriza a experiência de modo diferente. O antropólogo reconhece que o estudo de um código diferente do nosso pode nos conduzir a conceitos e a aspectos da realidade automaticamente excluídos pelo nosso próprio modo de ver o mundo.”
- Daniel Goleman, “Perspectivas em Psicologia, Na Realidade e No Estudo da Consciência” em “Mística e Ciência” – Pequeno Tratado de Psicologia Transpessoal Vol. 2 – p. 87

quarta-feira, setembro 11, 2019

Algumas Palavras–LVI


Estados de Consciência
De modo bastante conciso, um estado de consciência (SoC) é aqui definido como um padrão generalizado de funcionamento psicológico. Um estado alterado da consciência (ASC) pode ser definido como uma alteração qualitativa no padrão comum de funcionamento mental em que o experienciador sente que a sua consciência está radicalmente diferente do seu funcionamento ‘normal’. Deve-se notar que um ASC não é definido por um conteúdo particular da consciência, por um comportamento, ou por uma modificação fisiológica, mas em termos de seu padrão total. Os ASCs experienciados por quase todas as pessoas são o sonho, os estados limiares do sono (os estados de transição entre o sono e o despertar, hipnagógico e hipnopômpico) e a intoxicação alcoólica.”

- Charles A. Tart, “Fundamentos Científicos para o Estudo de Estados Alterados da Consciência” em “Mística e Ciência” – Peque no Tratado de Psicologia Transpessoal Vol. 2 – p. 41

domingo, setembro 08, 2019

Algumas Palavras–LIV


“11. Abordagem experiencial por psicólogos
Um método específico da psicologia transpessoal, inspirado na psicanálise, é o de conseguir que psicólogos experimentem estados de consciência cósmica. Como é bastante sabido, só conseguimos compreender bem o que é a psicanálise e o que se passa dentro de uma pessoa que se submete ao processo analítico, submetendo-se a ele. Tart sugere o mesmo no que se refere à psicologia transpessoal. O psicólogo transpessoal precisa, em primeiro lugar, passar por experiências cósmicas, para depois as submeter a uma abordagem científica mais tradicional. É o que podemos chamar de método «experiencial». Tart assinala o maior obstáculo deste processo: é o caráter noético da experiência. Com efeito, o conteúdo da experiência é tão evidente, que muitos são os que se perguntam, depois, para que gastar tantos esforços para demonstrar o óbvio. É o que aconteceu com Timothy Leary, por exemplo, que abandonou progressivamente todo trabalho experimental para se dedicar a uma apologética lírica da experiência psicodélica. O mesmo se deu com José Silva com a sua psico-orientologia: após vários anos consagrados a demonstrar com pesquisas cientificas a possibilidade de desenvolver poderes parapsicológicos, e diante da dificuldade de transmitir as suas conclusões por meio de artigos, resolveu disseminar diretamente o seu método de Mind Control, deixando a cada psicólogo ou psiquiatra tirar as suas próprias conclusões experienciais. É o ponto de vista adotado também por todas as escolas esotéricas e ocultas.
Estamos de acordo com Tart quando afirma que não devemos, do ponto de vista metodológico, nos deixar levar apenas pela certeza ontológica em nível experiencial. Há uma necessidade de demonstrar, a posteriori, o acerto e a realidade destas experiências, mostrando o seu caráter universal. Por processos psicométricos de análise de conteúdo e talvez outros métodos ainda, deve ser possível confrontar as experiências ditas «subjetivas» entre si, da mesma maneira que se conseguiu confrontar entre si descrições de manchas de tinta (Teste de Rorschach). O maior problema ainda será de semântica: dar nomes a fenômenos desconhecidos do homem comum; o Oriente tem uma grande contribuição a nos dar neste sentido.”
- Pierre Weil, “Questões Fundamentais de Psicologia Transpessoa” em “Mística e Ciência” - Pequeno Tratado de Psicologia Transpessoal Vol. 2 – p. 17-8

sábado, setembro 07, 2019

Prática de Vida Integral (PVI) - II - Coluna: Minha PVI Atual – Versão 34


Todo primeiro sábado de cada mês, uma versão atualizada da minha Prática de Vida Integral.

Com o passar do tempo, minha PVI, modificou várias vezes. Atualmente - 7 de setembro de 2019 - continuo praticando a PVI, com algumas mudanças. Venho falar de algumas práticas que tenho feito nos Módulos Básicos (Corpo, Mente, Sombra e Espírito):

=> Corpo:
- Corpo Físico/Grosseiro:
  • Tomar água logo após acordar.
  • Sono: evitar estar no computador uma hora antes de dormir.
  • Alongamentos (incluindo "alongamento relaxante"), fortalecimento muscular, caminhadas.
  • Comer menos rápido: sete refeições por semana.
  • Evito doce três vezes por semana. Acrescento a isso, três dias da semana em que evito exceder essa ingestão de doce por mais de duas refeições e um dia da semana que evito exceder essa uma ingestão de doce por mais de uma refeição.
  • Evito beber água gelada.
  • Evito beber 500ml ou mais em uma refeição.
  • Evito queijos amarelos, prefiro queijos brancos.
  • Evito também frituras.
  • Além disso tudo, evito alguns outros alimentos.
- Corpo Sutil:
  • Ritual Menor de Banimento do Pentagrama todos os dias.

=> Mente:
  • Leitura diária.
  • Escrita (quase diária).

=> Espírito:
  • Prática de meditação: de “atenção plena” (“mindfulness”): respiração com consciência plena
=> Sombra:
  • · Psicoterapia, uma vez por semana.












terça-feira, setembro 03, 2019

Ritual Menor (de Banimento) do Pentagrama – Semana 4 (Continuação)


Ainda não conhece a proposta do "Diário Mágicko - Ritual Menor (de Banimento) do Pentagrama"? Então visite a apresentação do projeto "Abrindo o Diário Mágicko... - Ritual Menor do Pentagrama":


http://aliceunbound.blogspot.com/2019/07/abrindo-o-diario-magicko-ritual-menor.html


Dia 25 (27/08/2019 - terça-feira)


- Fase da Lua: quarto minguante

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 6 minutos.

- Estado Físico (EF): pés descalços. Em um momento senti parte da mão direita formigar. Em outro momento senti um aumento da temperatura (do ambiente e/ou do corpo?). Um pouco da sensação de “alongamento” das mãos logo antes de começar a segunda Cruz Cabalística.

- Estado Emocional (EE): senti segurança a maior parte do tempo e em um estado “aquoso”, “imerso” em emoção.

- Relato: dispendi muita energia com a prática, incluindo na concentração em geral e mais especificamente com as visualizações. Dificuldade em concentrar e visualizar mais de um elemento ao mesmo tempo. A visualização da coloração em geral foi razoável. Me senti imerso na experiência do ritual, boa parte do tempo dessa prática hoje.


Dia 26 (28/08/2019 - quarta-feira)


- Fase da Lua: quarto minguante

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 5 minutos.

- Estado Físico (EF): fiz descalço. A vocalização foi boa em geral. Senti um pouco de “alongamento” de uma ou mais partes do corpo, logo antes de fazer a segunda Cruz Cabalística. Em uma das vibrações, forcei um pouco a voz e ela não foi fluida.

- Estado Emocional (EE): seguro, depois mais seguro, e mais para o final, um pouco confiante.

- Relato: a visualização foi muito boa, consegui manter bem, mais de um elemento visualizado, porém as visualização ficou pouco nítida, pouco definida. O tempo (clima) estava um pouco seco ou nem isso. Sem chuva, talvez um pouco de calor ou nem isso. Consegui visualizar ao menos duas cores simultaneamente. O exercício foi mais ou menos fluido e estive bem imerso na experiência/vivência do mesmo.


Dia 27 (29/08/2019 - quinta-feira)


- Fase da Lua: nova

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 5 minutos.

- Estado Físico (EF): pés descalços. Quase no final do ritual senti uma energização do corpo, um pouco mais vitalizado. Ao vibrar um dos nomes dos arcanjos, comecei ou quase comecei a sentir dor na garganta me (es)forcei muito. As vibrações, de que lembro, foram fortes e imponentes, exceto o segundo “Ateh”.

- Estado Emocional (EE): seguro e emocionado. Muito emocionado quase no fim do ritual.

- Relato: tempo (clima) após a prática frio e um pouco úmido. Durante ele não senti frio, secura, nem umidade. As visualizações foram boas, mas pouco definidas/nítidas. Antes de começar a segunda Cruz Cabalística senti uma sensação de “limpeza” e “leveza” - talvez a única que senti de todas as vezes em que pratiquei este ritual.


Dia 28 (30/08/2019 - sexta-feira)


- Fase da Lua: nova

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 5 minutos.

- Estado Físico (EF): pés descalços. Senti uma expansão pelos lados durante algumas vibrações dos nomes dos arcanjos. As vibrações foram bem feitas e me senti, ao menos, um pouco aterrado e “no, com chão”.

- Estado Emocional (EE): seguro, animado e calmo. Durante algumas vibrações dos nomes dos arcanjos senti uma sensação elevada, sublime e exaltação.

- Relato: Senti o tempo (clima) não muito seco e, talvez, nada seco. Não senti frio, nem calor durante a prática. As visualizações foram boas, talvez na média do que venho fazendo ou até mesmo um pouco acima. “Mergulhei” na prática, tive uma sensação de estar envolto à uma “substância aquosa”. A prática foi fluida, com essas práticas decorei bem as instruções/passos/etapas.


___


Apresentação do Ritual Menor (de Banimento) do Pentagrama - Desafio de 30 Dias:


http://aliceunbound.blogspot.com/2019/08/ritual-menor-do-pentagrama-desafio-de.html

segunda-feira, agosto 26, 2019

Ritual Menor (de Banimento) do Pentagrama – Semana 4


Ainda não conhece a proposta do "Diário Mágicko - Ritual Menor (de Banimento) do Pentagrama"? Então visite a apresentação do projeto "Abrindo o Diário Mágicko... - Ritual Menor do Pentagrama":


http://aliceunbound.blogspot.com/2019/07/abrindo-o-diario-magicko-ritual-menor.html


Dia 22 (19/08/2019 - segunda-feira)


- Fase da Lua: cheia

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 6 minutos.

- Estado Físico (EF): pés calçados (material do calçado: borracha). Senti o “alongamento dos dedos e da cabeça”. O calcanhar não doeu, mas pelo que percebo continua seco.

- Estado Emocional (EE): logo após a prática confuso. Durante a prática: um pouco tranquilo e um pouco seguro.

- Relato: consegui visualizar a asa (visualizar, diferente de visão, não vi, mas imaginei) de três ou quatro arcanjos. A visualização foi entremeia por respirações profundas e nisso o ritual foi menos fluído, mas tive a maior a sensação de “estar no corpo”, em outras palavras estar integrado e confortável, sem negar, ignorar ou reprimir o corpo.

Tempo, talvez, um pouco seco, sem chuva, e, talvez, um pouco frio.

Fiz o ritual, ao menos no geral, correto.


Dia 23 (20/08/2019 - terça-feira)


- Fase da Lua: cheia

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 6 minutos.

- Estado Físico (EF): pés calçados (material do calçado: borracha). Na preparação ou logo após a visualização do facho de luz sobre a cabeça, na primeira Cruz Cabalística, senti as mãos vibrarem. Ao vibrar “Michael” senti um incômodo na garganta, focei a voz e tossi.

- Estado Emocional (EE): mais para o final senti-me “inundando” por sentimentos/emoções.

- Relato: as visualizações foram boas, mas preciso aprender a visualizar melhor mais de um elemento (não Elemento), com a Cruz Cabalística e os pentagramas, ao mesmo tempo.


Dia 24 (21/08/2019 - quarta-feira)


- Fase da Lua: cheia

- Início-Fim: Noite-Noite

- Total do Tempo de Prática: cerca de 4 minutos.

- Estado Físico (EF): pés calçados. Em um momento senti o centro do topo da cabeça formigar e/o arrepiar. Senti o “alongamento das mãos e dedos das mãos”

- Estado Emocional (EE): tranquilo no geral, um pouco seguro e confuso em alguns momentos para fazer mais calmamente.

- Relato: sobre o “alongamento das mãos e dedos das mãos”, imagino que essa sensação ocorra – e que está como uma sensação e não alongamento literal – pelo movimentação sanguínea dadas as posturas e movimentos do ritual. O ritual foi semi-fluido: houve uma fluidez que foi quebra com a tentativa de respirar calmamente em pontos específicos do ritual. Tenho impressão que o tempo (clima) estava seco, apesar disso não ter atrapalhados as vocalizações. Sem chuva e morno.


Outros Dias


Não pratiquei.


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Apresentação do Ritual Menor (de Banimento) do Pentagrama - Desafio de 30 Dias:


http://aliceunbound.blogspot.com/2019/08/ritual-menor-do-pentagrama-desafio-de.html