quarta-feira, maio 12, 2021

Mago: A Ascensão–Trecho Inspirador para o Cenário!


Estou lendo, talvez relendo, o livro “Reforma psiquiátrica brasileira: Perspectivas humanista e existenciais”, de Rui Carlos Stockinger e um trecho deste me despertou a atenção - o excerto sobre a Renascença (e o Iluminsmo), período importante para o RPG “Mago: A Ascensão”, e mais especificamente a versão deste para esta época, o “Mago: A Cruzada dos Feiticeiros” - apesar de que o “A Cruzada” eu não li todo, no máximo folheei e li algumas partes.


Mas como fagulha da criatividade, transcrevo abaixo uma parte do livro de Rui Stockinger (2007, p. 21-2), que aborda o modelo de ciência renascentista:


“Na Renascença, Paracelso retorna à aliança entre o conhecimento e o misticismo, e adentra na era da magia, onde o organismo era visto através de transformações alquímicas e a doença representaria uma transformação indesejável. Também neste período, com o desenvolvimento de povoações marítimas, tecnologia e cruzadas contra a Igreja, que alguns valores do humanismo clássico foram resgatados, como em Dante, Boccacio e Petrarca. O corpo humano, como nas pinturas expressivas de Giotto, foi redescoberto em sua totalidade pela poesia, pintura e pela medicina, e o espiritualismo, até certa parte, substituído pela apreciação do real. A palavra dos sábios era trocada pelas indagações intelectuais ao mesmo tempo em que a ideia de que os sentimentos e impulsos são dominantes nos homens negava a escolástica medieval a favor dos humanistas.


No Iluminismo, o interesse pela ciência, com a visão de cura realizada por fatores externos naturais, varre com as concepções mágicas. Esta chamada a idade da razão desembaraçava, por exemplo, a doença mental da superstição, já que por séculos, em função da tomada de posição de São Tomás de Aquino, a psiquiatria e a psicologia, ainda que em seus rudimentos, não conseguiram se separar dos conceitos ligados à alma, vinculados a questões então de domínio das autoridades religiosas e a concepções mágicas, ficando portanto alijadas academicamente dos estudos científicos, o que não acontecera com a medicina no geral. Tal período, que ajudava a abandonar uma moral humilhante em prol da experiência, edificava suas críticas ao tratamento dos insanos, focando alguns aspectos humanos envolvidos.”


Então com o texto acima, fiquem com boas inspirações!


Referência


STOCKINGER, Rui Carlos. Reforma Psiquiátrica Brasileira: perspectivas humanistas e exitenciais. Petrópolis: Vozes, 2007.

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