“As paixões da alma tornam o deserto habitável. Habitamos não uma caverna de rocha, mas o coração dentro do leão. O deserto não é o Egito; está em qualquer lugar uma vez que desertamos o coração. Os santos não estão mortos; vivem nas paixões leoninas da alma, nas imagens tentadoras, nas miragem e fantasias sulfúricas: o caminho do amor. Nosso caminho pelo deserto da vida ou em qualquer momento da vida é o despertar como para o deserto, o acordar da besta, aquela vigília do desejo, sua pata ávida, quente e insone como o sol, fulminante como enxofre, incendiando a alma. Semelhante cura semelhante: a besta do deserto é nossa guardiã no deserto da burocracia moderna, do urbanismo feio, das trivialidades acadêmicas, da oficial de alma das profissões, o deserto de nossa condição ignóbil.”
- James Hillman, “O pensamento do coração e a alma do mundo”, p. 62
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