Daniel Goleman (1951 - ) escreveu “O Cérebro e a Inteligência Emocional”. Goleman, psicólogo conhecido internacionalmente por divulgar a Inteligência Emocional, está como um meditador e escreveu livros sobre meditação. Tendo mais de uma década escrito para o New York Times sobre psicologia e ciência do cérebro e ajudou a implementar em escolas aulas de inteligência emocional. Além disso, tem escrito vários livros sobre Inteligência Emocional, desde o clássico intitulado com esse tema, à outros – que funciona como atualizações do primeiro: “Inteligência Social” e “O Poder da Inteligência Emocional” - assim como uma série de artigos para a Harvard Business Review.
Nesse livro ele aborda as “Novas Perspectivas” sobre a Inteligência Emocional ou “IE” - continuando as atualizações sobre o assunto.
O livro desta resenha constitui de uma Introdução, mais quinze capítulos e uma seção de Notas.
Introdução
A “Inteligência Emocional” consiste no aprendizado social/emocional e está como essencialmente relevante para uma “liderança destacada” (p. 7). Já a “inteligência emocional” aparece como um novo campo da ciência a “neurociência afetiva”.
O livro aqui resenhado mostra aplicações das capacidades da “inteligência emocional” e apresenta três modelos que abordam essa inteligência: a de Peter Salovey e John Mayer, a de Reuven Bar-On e a desenvolvida pelo próprio Daniel Goleman.
A inteligência emocional é um conjunto distinto de capacidades?
Goleman inicia o capítulo contando sobre uma pessoa que ele conheceu que tinha nos testes de QI notas perfeitas, mas não tinha um bom desempenho acadêmico concreto. Ele segue e cita Howard Gardner, seu amigo de pós-graduação, que escreveu sobre “inteligências múltiplas” em 1980 e que argumentou como necessário para uma inteligência estar considerada como diferente, ou distinta, tem que ter uma área cerebral singular que a governe e regule.
Atualmente, foram identificados circuitos específicos de inteligência emocional, diferentes do QI.
Autoconsciência
Este Capítulo sintetiza-se em: descobertas recentes “sugerem como regiões do cérebro envolvidas na autoconsciência nos ajudam com a ética e tomada de decisões em geral” (p. 19).
O estado cerebral certo para a função
Para termos “autoconsciência” precisamos de “autodomínio” mais “autorregulação” - sendo esses dois últimos essenciais para a inteligência emocional.
Logo depois dessa definição, coloca se sobre as vantagens e desvantagens do bom humor e do mau humor.
O cérebro criativo
Neste capítulo Goleman mostra um pouco da “neuromitologia”, os mitos da neurociência, mostrando como equivocada a dualidade entre “Cérebro direito bom; cérebro esquerdo ruim.” (p. 29), assim como a crença que opunha o hemisférios direito e o esquerdo em termos de localização da criatividade – uma ideia essa que está desatualizada. Para os dias de hoje, quando se fala em um hemisfério se especifica se direito ou esquerdo e mais precisamente se “anterior”, “médio” ou “posterior”. E sobre a criatividade temos que analisar a relação não só “direito-esquerdo”, mas “acima-abaixo” – o cérebro todo.
Expressa que o hemisfério direito se diferencia do esquerdo, sendo que o “direito tem mais conexões neurais” (p. 30). Já quanto a criatividade precisa de analisar todo o cérebro: “direito-esquerdo-acima-abaixo”.
Enumera se e descreve “um modelo clássico de quatro estágios de criatividade” (p. 31) composta de (p. 31): (1o.) “define e enquadra o problema”; (2o.) “mergulhe, cave fundo”, (3o.) “se solte” e (4o.) “execução” - e esclarece que na vida nem sempre funciona assim.
Ao observar o funcionamento do cérebro – ondas em um eletroencefalograma - durante o momento criativo, vemos que ocorre uma “atividade gama muito elevada que surge trezentos milissegundos antes de a resposta chegar a nós.” (p. 33) – isso acontece “na área temporal, um centro na lateral do neocórtex direito” - e corresponde a “área do cérebro que interpreta metáforas e 'entende' as piadas” - e - “entende a linguagem do inconsciente, o que Freud chamava de 'processo primário': a linguagem dos poemas, da arte, dos mitos. É a lógica dos sonhos, no qual tudo acontece e o impossível é possível.” (p. 33).
Autodomínio
O “autodomínio” compõe se de “autoconsciência” e “autogestão”. Existem competências baseadas na “autogestão emocional” como: “gerenciamento de emoções, motivação concentrada para atingir metas, adaptabilidade e iniciativa” (p. 37).
A área essencial da “autorregulação” está no “córtex pré-frontal”, enquanto a amígdala está como ponto que dispara com a angústia, raiva, impulso, medo e assim por diante. A interação entre essas duas constrói uma “rodovia neuronal” que está como base para o autodomínio, quando em equilíbrio.
Normalmente não podemos prever qual, quando e quanto das nossas emoções, que vem “da amígdala ou de outras áreas subcorticais.” (p. 39).
Nossa escolha acontece quando sentimos uma forma específica, como reagimos ou respondemos à isso neurologicamente chama-se de “autorregulação”.
Após o tema acima, acrescenta-se informações sobre o “sequestro da amígdala” - nome de quando ela domina o resto do cérebro -, como diminuí-lo e do problema dos erros dela, que são causadas pela quantidade de sinais, dos sentidos, que ela recebe.
Controlar o estresse
Ele começa narrando o episódio de uma amiga confusão deflagrada por uma fusão de organizações e o aparecimento de “memorandos mentirosos sobre o que acontecera.” (p. 45) – e que para controlar essa perturbação está a estratégia de tirar “vantagem de outra dinâmica entra a área pré-frontal e o circuito da amígdala.” (p. 46).
Richard Davidson descobriu que quando estamos sequestrados pela amígdala, fica elevada a atividade do córtex pré-frontal direito, enquanto e quando nos sentimos bem essa alta ocorre no córtex pré-frontal esquerdo.
Motivação: o que nos emociona
Discursa se sobre a motivação, a origem da palavra, a relação da motivação com a natureza, sobre metas, o conceito de “Bom Trabalho” de Howard Gardner, a visão de David McClelland dos principais motivadores para as pessoas: (1) “necessidade de poder” - no sentido de influenciar e impactar as pessoas -; (2) “associar” - ter prazer em estar com as pessoas – e (3) “necessidade de realização” - alcançar uma meta plena de sentido. Além disso desenvolve uma breve ideia sobre o perfeccionismo.
Desempenho ótimo
Mostra a “relação entre estresse e despenho” (p. 61), a lei Yerkes-Dodson. Sucede o assunto para o conceito de “fluxo” de Mihaly Csikszentmihalyi, estado que corresponde ao desempenho ótimo da lei Yerkes-Dodson.
O cérebro
Capítulo dedicado à empatia e em que aparece a afirmação de Goleman: “nossa consciência da realidade interna de outra pessoa e da nossa são, (…) ambas atos de empatia” (p. 75). Nos detalhes, o capítulo apresenta sobre os “neurônios-espelho” e o contagio das emoções. como esse ocorre e os três ingredientes da empatia: (1) (prestar) atenção; (2) estar não verbalmente em sincronia e (3) o sentimento positivo.
O cérebro social online
Este Capítulo tem em seu núcleo a ideia de que quando não conhecemos as pessoas com as quais trocamos apenas mensagens de texto, costuma gerar problemas, e uma das soluções para isso estar em conhecer a pessoa pessoalmente, via chamada telefônica ou, mesmo, teleconferência.
As variedades da empatia
Expões sobre os três tipos de empatia: empatia cognitiva, empatia emocional e preocupação empática.
Diferenças de gênero
Em resumo a diferença de gênero está que “em média as mulheres tendem a ter melhor pontuação em inteligência emocional do que os homens – mas somente em média, e há dados conflitantes sobre isso.” (p. 91) e com essa ideia central o capítulo se ocupa dos detalhamentos entorno dela.
O lado obscuro
Esta parte do livro, trata sobre “a tríade negra”: os narcisistas, maquiavélicos e sociopatas – dividindo esse último elemento da tríade em três tipos subclínicos no meio organizacional: o intimidador, o fraudador e o aproveitador.
Desenvolvendo a inteligência emocional
São revistas as implicações das descobertas sobre inteligência emocional para o coaching e o desenvolvimento emocional, entre elas:
A neurogênese (nascimentos de neurônios) que ocorre todos os dias – informação adquirida pelo mapeamento no laboratório de Richard Davison;
Alteração de hábitos, mau hábito e motivação.
Aprendizagem emocional social
A capacidade de inteligência emocional começa na infância e procede no decorrer da vida como um todo. Fala sobre o movimento da “aprendizagem social/emocional” ou SEL que constituí do ensino “de todo o espectro das capacidades da inteligência emocional” (p. 104).
Recomendo este livro para leigos e cientistas interessados em conhecer sobre a inteligência emocional e o cérebro. A proposta deste livro está em não apresentar como exaustiva no tema que o concerne, nem ter um peso ou dificuldade de leitura de uma obra técnico-científica, proporcionando uma leitura leve, rápida, divertida, simples e clara – com ilustrações coloridas.
Referência
GOLEMAN, Daniel. O Cérebro e a Inteligência Emocional: novas perspectivas. 1 ed. Tradução: Carlos Leite da Silva. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Update (29/08/2002)
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