Durante grande parte da minha vida, assim como ela atualmente, tenho me comportado comumente valorizando (e muito) o conhecimento, principalmente os vindo de livros, e desse modo, os autores dos mesmos, como autoridades.
Em reflexões recentes, cheguei a conclusão de que meu raciocínio, a perspectiva (e a expectativa) que tinha em relação aos livros, ao conhecimento e deles como autoridade, era exacerbada e (ao menos parcialmente) ilusória, de algum modo falsa. Assim denominei essa visão, reflexão e ideia de "a falácia dos livros como total autoridade" ou "a falácia do poder absoluto dos livros", a qual descrevo e explico abaixo.
Eu achava que existia uma forma infalível de ter resultados na vida como um todo: eu teria acesso a um livro, leria nele sobre um assunto – e desse modo- conheceria sobre um determinado problema-, agiria com a solução proposta na leitura e assim atingiria o resultado pretendido.
Analisando melhor, essa fórmula pode falhar, ao menos, de cinco modos:
(1) Posso não conseguir ter acesso ao livro ao livro;
(2) O livro pode não falar do assunto (problema para o qual estou buscando a solução), ou expressando de outra forma, posso não encontrar a solução na leitura;
(3) Posso não compreender a "solução" (a prática ou ação) proposta pelo o livro;
(4) Posso não conseguir praticar a "solução";
(5) Posso praticar a "solução", mas não obter o resultado, mesmo tendo praticado o que na leitura considerava como solução.
Dessa forma não estou tirando (todo) o valor, dos livros, dos conhecimentos e dos autores, mas dizendo, definindo e explicando, de outro modo - esclarecendo-, que existem limites para essa "fórmula de resultados" – e ela está como falível. Colocando o discurso de outra forma, para explicitar o mesmo conteúdo, considerado aqui como relevante e central, temos que o "mapa" ou "fórmula", não está como o "território", o que buscamos "resolver", o "problema", a "realidade em si" ou o que de "concreto" encontramos – e assim concluímos que ao menos neste contexto: "O mapa não é o território"1.
Além de adicionarmos à essa reflexão, o que Phil Hine (2012, p. 33) nos diz em seu livro, “Prime Chaos”: “Livros não estão como substitutos para experiência prática ou conversações com outras pessoas.”2
1“Slogan” de Alfred Korzbyski, recolocado por Alan Watts como “O cardápio não é a refeição.” (WILSON, 2016).
2Tradução livre minha do trecho original de Hine: “Books are no substitute for practical experience or conversations with people”.
Referências
HINE, Phil. Condensed Chaos: An Introduction to Chaos Magic. 2nd ed. Tempe: The Original Falcon Press, 2012.
WILSON, Robert Anton. Cosmic Trigger: Final Secret of the Iluminatti. Ilustrador: John Tompson. Grand Junction: Hilarita Press, LLC, 2016.
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