domingo, agosto 23, 2015

Prática de Vida Integral (PVI) - V - Uma Jornada à Transformação Integral


Há mais de uma década faço práticas transformativas e as estudo. Mesmo que talvez passageira, cheguei a uma conclusão: o que mais pratiquei, foi o que mais rendeu frutos – essas práticas foram fazer psicoterapia como terapeutizando e a prática da meditação rosacruz. Exceto, que mais do que todas essas práticas foi a leitura, que teve efeitos que não consigo mensurar, contundo, uma das coisas que mais li, o autor, que mais li, foi Ken Wilber e considero que foi uma revolução vivencial e intelectual em minha vida, compreender suas ideias sobre Psicologia e Espiritualidade e em seus trabalhos mais recentes sobre a Teoria e Prática Integral.


Já há alguns anos faço uma Prática de Vida Integral, tendo ao menos uma prática de cada um dos Módulos Básicos ou Módulos Centrais, dessa prática – chamados em inglês de “Core Modules”. Esses Módulos consistem em práticas focadas no Corpo, na Mente, no Espírito e na integração da Sombra (psicológica). Esses Módulos correspondem aos diversos níveis da Grande Cadeia do Ser, que vai do Corpo, passando pela Mente e culminando no Espírito.


Por ter uma tendência à introversão (e assim à introspecção), acabei focando muito meu desenvolvimento em um dos “quadrantes”, que Ken Wilber expõe o Quadrante Interior Individual, quadrante aquele que enxergamos ao olhar para dentro – para nosso próprio interior (individual) -, para nossos pensamentos. Aos poucos fui estendendo uma atenção mais equilibrada e Integral aos outros quadrantes, inicialmente ao Corpo, quando comecei a perceber a importância que caminhadas faziam em meu Emocional. Tempos antes desses eventos, detestava quase todo e qualquer exercício físico, negligenciando essa área/quadrante, de minha vida. O único exercício físico que gostava, com dificuldade, de fazer eram artes marciais, talvez pela ligação com a Espiritualidade em 1ª pessoa, aquela ligada à meditação introspectiva, que corresponde à ação no Quadrante Interior Individual, experiências na mesma área/quadrante/espaço (interior), dos pensamentos.


Na infância os pensamentos e a imaginação tinham o meu foco – Quadrante Interior Individual – e tive um significativo, mas ainda leve comparado com momento posterior, de interesse na Espiritualidade. Esse interesse por esse tema diminui e depois retomou no final dos meus 18 anos. Com o passar do tempo a atenção à Mente e ao Espírito, chegando ao Corpo e ao Emocional – o Emocional começou a ter alguma importância durante o processo que tive como terapeutizando, em que comecei a reconhecer essa parte/lado – emocional e sentimental – em mim – que se aliou ao Corpo – com as caminhadas – quando descobri que elas refletiam no Emocional.


A primeira prática transformacional que estive praticando conscientemente e sistematicamente foi a psicoterapia – no lugar do terapeutizando – e logo comecei a “ensaiar” a prática meditativa, que já conhecia desde a infância, mas que começou a se tornar mais sistematizada. Veio à caminhada, o Corpo e Emoção. Mas até aí o foco estava no individual, sendo interno – Mente, Emoção e Espírito – ou externo – Corpo. Mesmo com a psicoterapia, uma prática (inter)relacional (Coletiva), esse campo/área/Quadrante Coletivo Interior – aquele ligado à culturas e aos significados intersubjetivos – ainda recebia pouca atenção.


Com o tempo comecei a ver a limitação da transformação do Corpo, da Emoção, da Mente e do Espírito e comecei a vislumbrar o quadrante intersubjetivo (Quadrante Coletivo Interior) e ver que uma nova dimensão/área/campo/perspectiva de desenvolvimento.


Tempos passaram e somente neste ano (2015), comecei a reparar e ver, mesmo, o potencial de desenvolvimento do quarto quadrante (Quadrante Coletivo Exterior – o interobjetivo), o quanto nosso ambiente físico, situação econômica e social, interfere em nosso crescimento e qualidade de vida. Assim comecei a Integrar os quatro Quadrantes e desse modo – Corpo, Emoção, Mente, Espírito, Relacionamentos Interpessoais e Interobjetivos.


Considero que a psicoterapia, logo aliada à meditação, e com leituras – que ampliaram uma perspectiva, 
intelectual, que acabou refletindo no vivencial e prático –, cada um à seu modo e com a devida importância, atuaram como práticas e meios “chaves”, para destrancar as portas de todos os Quadrantes e abrir um novo, amplo e vasto potencial de desenvolvimento e crescimento. Em mais de uma década nessa Jornada de Transformação Interior e Exterior e estou como uma pessoa transformada, em que notei, assim como algumas pessoas do meu convívio perceberam, esse “processo alquímico”, de Integração.

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