"Os incidentes desse dia de inverno e da noite seguinte (11 de novembro de 1619) teriam um efeito profundo e duradouro sobre Descartes. Ele acreditava que a visão e os sonhos que a ela se seguiram tinham-lhe revelado a vocação que recebera de Deus. Eles dariam a Descartes a confiança de que necessitava em sua vocação, assim como a crença na correção de suas descobertas nem sempre apoiadas em argumentos. Não fosse essa experiência e o brilhante diletante talvez não tivesse se dado conta de sua vocação. É irônico que Descartes, o grande racionalista, tivesse se inspirado em uma visão mística e em alguns sonhos bastante irracionais - e esse aspecto de seu pensamento é com frequência negligenciado nos liceus franceses, onde o grande herói e hipnófilo gaulês é ainda considerado um modelo racionalista."
- Paul Strathern, "Descartes em 90 Minutos", p. 22
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