Há mais de uma década faço
práticas transformativas e as estudo. Mesmo que talvez passageira, cheguei a
uma conclusão: o que mais pratiquei, foi o que mais rendeu frutos – essas
práticas foram fazer psicoterapia como terapeutizando e a prática da meditação
rosacruz. Exceto, que mais do que todas essas práticas foi a leitura, que teve
efeitos que não consigo mensurar, contundo, uma das coisas que mais li, o
autor, que mais li, foi Ken Wilber e considero que foi uma revolução vivencial
e intelectual em minha vida, compreender suas ideias sobre Psicologia e
Espiritualidade e em seus trabalhos mais recentes sobre a Teoria e Prática
Integral.
Já há alguns anos faço uma Prática de Vida Integral, tendo ao menos uma prática de cada um dos Módulos Básicos ou Módulos Centrais, dessa prática – chamados em inglês de “Core Modules”. Esses Módulos consistem em práticas focadas no Corpo, na Mente, no Espírito e na integração da Sombra (psicológica). Esses Módulos correspondem aos diversos níveis da Grande Cadeia do Ser, que vai do Corpo, passando pela Mente e culminando no Espírito.
Por ter uma tendência à
introversão (e assim à introspecção), acabei focando muito meu desenvolvimento
em um dos “quadrantes”, que Ken Wilber expõe o Quadrante Interior Individual,
quadrante aquele que enxergamos ao olhar para dentro – para nosso próprio
interior (individual) -, para nossos pensamentos. Aos poucos fui estendendo uma
atenção mais equilibrada e Integral aos outros quadrantes, inicialmente ao Corpo,
quando comecei a perceber a importância que caminhadas faziam em meu Emocional.
Tempos antes desses eventos, detestava quase todo e qualquer exercício físico,
negligenciando essa área/quadrante, de minha vida. O único exercício físico que
gostava, com dificuldade, de fazer eram artes marciais, talvez pela ligação com
a Espiritualidade em 1ª pessoa, aquela ligada à meditação introspectiva, que
corresponde à ação no Quadrante Interior Individual, experiências na mesma
área/quadrante/espaço (interior), dos pensamentos.
Na infância os pensamentos e a
imaginação tinham o meu foco – Quadrante Interior Individual – e tive um
significativo, mas ainda leve comparado com momento posterior, de interesse na
Espiritualidade. Esse interesse por esse tema diminui e depois retomou no final
dos meus 18 anos. Com o passar do tempo a atenção à Mente e ao Espírito,
chegando ao Corpo e ao Emocional – o Emocional começou a ter alguma importância
durante o processo que tive como terapeutizando, em que comecei a reconhecer
essa parte/lado – emocional e sentimental – em mim – que se aliou ao Corpo –
com as caminhadas – quando descobri que elas refletiam no Emocional.
A primeira prática
transformacional que estive praticando conscientemente e sistematicamente foi a
psicoterapia – no lugar do terapeutizando – e logo comecei a “ensaiar” a
prática meditativa, que já conhecia desde a infância, mas que começou a se
tornar mais sistematizada. Veio à caminhada, o Corpo e Emoção. Mas até aí o
foco estava no individual, sendo interno – Mente, Emoção e Espírito – ou
externo – Corpo. Mesmo com a psicoterapia, uma prática (inter)relacional
(Coletiva), esse campo/área/Quadrante Coletivo Interior – aquele ligado à
culturas e aos significados intersubjetivos – ainda recebia pouca atenção.
Com o tempo comecei a ver a
limitação da transformação do Corpo, da Emoção, da Mente e do Espírito e
comecei a vislumbrar o quadrante intersubjetivo (Quadrante Coletivo Interior) e
ver que uma nova dimensão/área/campo/perspectiva de desenvolvimento.
Tempos passaram e somente neste
ano (2015), comecei a reparar e ver, mesmo, o potencial de desenvolvimento do
quarto quadrante (Quadrante Coletivo Exterior – o interobjetivo), o quanto
nosso ambiente físico, situação econômica e social, interfere em nosso
crescimento e qualidade de vida. Assim comecei a Integrar os quatro Quadrantes
e desse modo – Corpo, Emoção, Mente, Espírito, Relacionamentos Interpessoais e
Interobjetivos.
Considero que a psicoterapia,
logo aliada à meditação, e com leituras – que ampliaram uma perspectiva,
intelectual, que acabou refletindo no vivencial e prático –, cada um à seu modo
e com a devida importância, atuaram como práticas e meios “chaves”, para
destrancar as portas de todos os Quadrantes e abrir um novo, amplo e vasto
potencial de desenvolvimento e crescimento. Em mais de uma década nessa Jornada
de Transformação Interior e Exterior e estou como uma pessoa transformada, em
que notei, assim como algumas pessoas do meu convívio perceberam, esse
“processo alquímico”, de Integração.